21 Oct 2024
Padre da paróquia de Oliveira de Azeméis, José Manuel Lima apresentou a faceta ‘desconhecida’ do nosso diretor Eduardo Costa, que completou 25 anos de escritor
Em dia de celebração dos 102 anos do Correio de Azeméis e encerramento das comemorações do centenário do jornal as surpresas foram várias. Além da apresentação do livro de poemas editado pelo nosso jornal ‘Grande Poeta é o Povo’, em homenagem a ‘António Caixeiro’, também com poemas publicados no nosso jornal da filha Helena Terra, o nosso diretor Eduardo Costa celebrou 25 anos de escritor, e decidiu revelar esta faceta, desconhecida dos oliveirenses.
Sobre o pseudónimo de ‘António Eco’, um dos seus pseudónimos, o diretor do jornal Correio de Azeméis, comemorou um quarto de século desde que deu início à sua carreira como escritor. A missão de o apresentar coube ao padre da paróquia de Oliveira de Azeméis, José Manuel Lima.
No início da apresentação, o padre José Manuel Lima começou por revelar um dos factos que surpreendeu mais a plateia: o diretor do Correio de Azeméis, Eduardo Costa, edita e escreve livros há 25 anos. O mesmo apelidou o seu ato de apresentação como um momento sui generis, ou seja, algo único e original.
“A minha condição aqui é sui generis (particular/original), porque eu humanamente tive dificuldade em dizer que sim. Mas aceitei como missão e acho muito interessante este desafio que Deus me fez nestes dias, através do Dr. Eduardo Costa, porque eu estou aqui para fazer a apresentação de um livro dele. Ele é escritor há 25 anos, acho que não é muito conhecido esta dimensão, é jornalista escreve todos os dias, mas para além disso edita e escreve livros há 25 anos. Muito lido no Brasil, com edições esgotadas”, referiu.
Usando o pseudónimo de ‘António Eco’, significa isto que é “a mesma pessoa, mas que escolhe outros nomes, onde de alguma forma tem uma relação afetiva e efetiva com esse nome. Um pseudónimo é exatamente isso, é o nome fictício e é das coisas mais naturais da vida, e temos todos pseudónimos”, prosseguiu o Padre José Manuel Lima.
‘Pecado no Orfanato’
Editado no Brasil no ano de 2019, o ‘Pecado no Orfanato’ é um romance inspirado no período pós-guerra civil de Espanha, entre 1936-1939.
“É um romance porque o pensamento voou para o rosto de uma pobre mãe e para a sua silhueta pobre, coberta com farrapos usados por outros. Limpa, mas desinteressante como mulher. Contundo, observando melhor permitia-se vê-la com outros olhos, como seria o seu corpo numa praia coberto apenas por um moderno biquíni e com o rosto trabalhado, cabelo arranjado, provavelmente arrancaria alguns olhares”, leu o padre José Manuel.
Neste sentido, o livro conta a história da mãe de uma criança que é abusada e que consequentemente a criança também sofre com estes abusos. “O pecado [descrito no livro] é o pecado mais antigo da humanidade. Qual é a mais velha profissão do mundo? O pecado é esse. Mas esse é o pecado do homem e da mulher (…) Jesus também nos problemas da vida da relação humana (o divórcio e a separação), é nesta dimensão dessa relação humana de homem e mulher que os criou, que hoje é a palavra de Deus também. Claro que esta palavra não vem resolver todas as fragilidades humanas, e espero que este romance seja também à volta desta palavra de Deus, para percebermos a dignidade melhor, mais profunda e mais bela que é a relação homem/mulher”, enalteceu.
Na sua apresentação, o padre José Manuel Lima confessou que quando leu o título da obra (‘Pecado no Orfanato’) percebeu que esta apresentação só ele podia ter tomado esta responsabilidade de apresentar o livro.
O título da obra e a relação com a igreja
Na sua apresentação, o padre José Manuel Lima confessou que quando leu o título da obra (‘Pecado no Orfanato’) percebeu que esta apresentação só ele podia ter tomado esta responsabilidade de apresentar o livro. “Nós igreja andamos numa fase em baixo por causa desta questão da pedofilia. Nós temos de ser capazes de nos confrontarmos com a dura realidade da vida”, admitiu o pároco.
“Eu sinto que esta minha missão [de apresentar este livro] tem também a carga de uma missão que Deus pede, não só como confronto com a verdade dura e crua da vida, mas ao mesmo tempo temos também de perceber que este é um drama da sociedade e não pode ficar apenas no âmbito da igreja e tem de chegar a toda a sociedade”, concluiu.