28 Jan 2025
> António Marques Alves
A faca e o voto são coisas bem distintas uma da outra, mas, pensando bem, até parecem iguais. Será que estou enganado? Não creio, mesmo sabendo que utilizamos a faca para as mais diversas situações. Já pensou no uso do voto como uma faca? Se não tinha pensado nisso, reflita e logo verá que a distância entre ambos não é grande. De facto, se votar contra si e os seus interesses, está a espetar a faca em si mesmo e nos outros também. Deste modo, o voto é uma faca muito perigosa, pois decide bem ou mal para si e para todos em geral, incluindo os seus filhos, familiares e amigos, com consequências no futuro das suas vidas.
Votar é um dever cívico. No entanto, votar contra si é expectável? É o que acontece vulgarmente. Facilmente temos a confirmação disso quando os trabalhadores, que são a maioria do povo, são os que decidem por quem querem ser governados, mesmo tendo estes opções políticas que os prejudicam. Na verdade, sucede algo semelhante entre quem compra e quem vende, porque quem compra quer comprar pelo mais baixo preço e quem vende quer vender pelo máximo que puder. Não me parece que esteja enganado! Muita gente pensa que votar é a mesma coisa em A ou B. É puro engano, visto que, depois, essas pessoas lutam com armas totalmente diferentes de quem tem o queijo e o corta por onde quer.
Às vezes, ouvem-se comentários de pessoas que não fazem mais do que dizer mal do PCP, sem razão e sem qualquer fundamentação. Contudo, se virem bem as suas vidas, notarão que, se não fosse o PCP e a coligação CDU, nem sequer direitos básicos teriam. Por isso, quando votarem, olhem primeiro em quem votam: na faca ou contra a faca.
António Marques Alves, Representante Partido Comunista Português