A tradição do Pão de Ul

Freguesias Ul

Lurdes Resende (à esq.), Silvina do ‘Boga’ (ao centro) e Adélia Bastos (à drt.), padeiras de Ul, falaram sobre as festas mais antigas do concelho, as Festas em Honra de Nossa Senhora das Candeias e de São Brás.

> Nas Festas de São Brás não falta este património ulense

Não se pode falar das Festas em Honra de Nossa Senhora das Candeias e de São Brás, sem falar do tradicional Pão de Ul, um ex-libris desta freguesia, com uma receita que tem perdurado ao longo de centenas de anos.
A Azeméis TV/FM juntou três padeiras de Ul, Adélia Bastos, Lurdes Resende e Silvina do ‘Boga’, para falar sobre as memórias da festa que acontece já no próximo fim-de-semana.

Uma festa em grande. “Era um dia em que a Escola Industrial até dava à tarde [de folga] aos alunos. Era mesmo uma festa em grande, isso quando era jovem. Agora, como dizem as minhas colegas, é só trabalho. Mas eu também faço com orgulho porque acho que se não cozermos o pão, é uma tristeza também. Antigamente eram casas e casas com padeiras a cozer, agora não”
Lurdes Resende, Ul

As travessuras dos rapazes. “Na altura os rapazes compravam brilhantes e andavam a esfregar na boca das raparigas. Eu lembro-me de uma história que esfregaram tanto a minha irmã que ela até perdeu um brinco. Vinha para aqui uma senhora, que era a Maria do Senhor da Pedra, uma senhora antiga de Oliveira de Azeméis, e vinha vender os brilhantes. Era uma tradição para os rapazes, para a mocidade. Uma coisa formidável”
Adélia Bastos, Ul

“O povo é que faz a festa”. “A história era sempre a mesma. É a missa, a procissão, a música e é o povo que faz a festa. Se vier muito povo, é muito povo. Se vier pouco povo, é pouco povo. A música toca sempre”
Silvina do ‘Boga’, Ul

As promessas a São Brás. “Não, graças a Deus nunca precisei, mas há muitas pessoas que precisam. Eu sei que este São Brás, o meu genro vai trazer a avó para fazer uma promessa, que vem todos os anos fazer”
Adélia Bastos, Ul

A procura pelo Pão de Ul. “Neste dia vem muita, muita gente e nós ali estamos, mesmo à beira da festa. Já na altura da minha avó, da minha mãe e agora comigo,  as pessoas procuram sempre ali muito o pão[de Ul]”
Lurdes Resende, Ul

A devoção. “O povo que tiver que vir ao São Brás vem na mesma à Senhora das Candeias. Vem muita gente de fora. Os daqui também vão, mas eles [ulenses] vão quando querem, a igreja está sempre aberta. O povo de fora é que vem nos dias das festas para vir comprar o pão, o pão quente, a sair do forno”
Silvina do ‘Boga’, Ul

As tradições. “Quando era criança não haviam carros. Eram camionetes que vinham de Pardilhó, de Ovar, por aí assim, e vinham e a gente andava a contar os autocarros. Depois, em jovem, [as tradições] eram o poço da morte, as cadeirinhas, as panelinhas, e era a festa. E a gente adorava aquilo, porque não havia mais nada. Agora hoje há tudo, as pessoas não dão valor a nada. Mas estou feliz por esta equipa de jovens ter pegado nestas festas, porque estava assim a decair um bocadinho”
Lurdes Resende, Ul


O segredo do Pão de Ul. “A gente não pode gabar o que é nosso. Os de fora é que podem dizer se é bom, se é mau, se é fraco, se é assim assim. [O segredo] Às vezes, as farinhas não são muito boas e o pão então já não fica muito bem”
Silvina do ‘Boga’, Ul

 

Na foto, em baixo à esquerda, Silvina do ‘Boga’ com a sua família, na altura das Festas em Honra de Nossa Senhora das Candeias e S. Brás.

 

 

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