Adeus e olá

Helena Terra Opinião

> Helena Terra

Calaram-se os altifalantes. Chegaram ao fim as arruadas. Sem visitas ao mercado no último fim de semana. Descanso dos candidatos. Reflexão dos eleitores. 
Escrevo este artigo antes do fecho das urnas e antes do apuramento dos resultados eleitorais. Portanto, não vou fazer nenhuma análise sobre resultados eleitorais que ainda não conheço.
Acompanhei, com a curiosidade natural de quem já foi candidata a autarca e autarca eleita no nosso concelho, a última campanha eleitoral e, sobre ela tenho opinião. Foi uma campanha rica em candidaturas, sete no total, mas pobre em ideias. Os candidatos a presidente de câmara, dois deles já com experiência executiva autárquica e os restantes cinco, sem experiência. Assisti aos debates organizados pela comunicação social e, sinceramente, foram sofríveis. O candidato mais experiente foi fluente, mas pouco eloquente e os restantes nem isso.
O presidente recandidato demonstrou treino no uso da verve. O candidato da AD deixou claro que, o seu afastamento das lides políticas, lhe enferrujou o discurso. A candidata do Bloco, uma estreante nestas andanças, deixou perceber que tem matéria-prima para uma boa prestação discursiva, mas não foi desta. O candidato do Livre, certamente, para colmatar a sua falta de traquejo nestas batalhas, apoiou-se num memorando escrito. Sobre o candidato da IL não consegui formar opinião e do candidato do Chega, consolidei a que já tinha. O candidato da CDU, do ponto de vista da exposição de ideias, independentemente de nos revermos nelas ou não, era o que tinha maior organização discursiva.
Foram feitos diagnósticos, uns mais bem feitos que outros, mas foram apontados muito poucos caminhos concretos. Foi uma campanha que, nas redes sociais foi marcada pela critica entrincheirada e com protagonistas fantasiosos. Muitos perfis falsos ou anónimos que veicularam opinião muito parcial. Estes dois aspetos são preocupantes. O primeiro assente na necessidade do(s) seu(s) autor(es) se esconderem atrás de uma identidade fantasiosa, faz-nos temer pela qualidade da nossa democracia que se esperava e queria adulta. O outro deixa claro que não há análise e critica política fora de uma qualquer trincheira partidária ou de interesse, o que deixa claro que muito há a fazer pelo aprofundamento da qualidade da nossa democracia.
Estamos prontos para dizer adeus à campanha eleitoral para as autarquias até daqui a quatro anos. Apurados que sejam os resultados eleitorais, aguarda-se a tomada dos novos (ou não) titulares dos órgãos autárquicos e espera-se pela estabilidade de governo da nossa câmara e das nossas juntas de freguesia.
Preparamo-nos para saudar com um olá a campanha eleitoral para as eleições presidenciais. Espera-se um combate eleitoral aceso e de grande importância. A eleição do mais alto magistrado da Nação tem sempre grande importância, mas esta aumenta porque temos um xadrez político partidário que revela derivas antidemocráticas que demandam a necessidade de um Presidente capaz de garantir o normal funcionamento das instituições democráticas e, além disso, temos um enorme foco de instabilidade no norte da europa que tem de deixar vigilantes os restantes países.
A campanha vai continuar.

 

Saudade e encanto
Coimbra do Mondego
E da Rainha Santa,
Me serviu de aconchego
Com o fado que ali se canta.

Terra que cria doutores,
História de Pedro e Inês
Que inspira grandes amores
E, comigo, foi o que fez.

Na universidade fiz Direito
Foi a minha melhor idade…
Guardo-a cá dentro, no peito,
Relembro-a com saudade.

A estudantina passou,
Cantando trovas sem fim,
Num tempo que não parou
E que mora dentro de mim.

Na Sé velha, a serenata
Ouvida com grande emoção,
Que provoca dor, mas não mata
E que alimenta o coração.

 
Helena Terra, Advogada

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