Ainda a propósito do Parque Urbano

Ana Isabel da Costa e Silva

A urgência reside na intervenção integrada nos espaços públicos ENTRE o Parque de La Salette e o futuro Parque Urbano, com o objetivo de melhorar, consideravelmente, a qualidade de vida de todos os oliveirenses!

A qualidade de vida de uma cidade é uma expressão muito utilizada cuja origem remonta aos anos sessenta do século XX. Ao ser um conceito vasto, abrangente, cuja aproximação analítica convoca aspetos de índole subjetiva, com implicações tanto a nível individual como a nível coletivo, a investigação atual progride para estudos aplicados a aproximações setoriais, cujo enfoque se debruça, por exemplo, a nível do espaço, cuja escala de análise pode ser urbana, regional ou nacional. Outros estudos concentram, ainda, a sua análise a temas como a questão da habitação ou emprego ou, então, a grupos específicos como a terceira idade ou imigrantes oriundos de um determinado país.

Através deste conceito, aplicado a uma determinada cidade, torna-se possível explicar, nomeadamente, a tendência demográfica ocorrida num determinado período. Como vem sendo público, Oliveira de Azeméis tem vindo a perder população. Habitualmente, a causa apontada reside na falta de habitação, sobretudo no centro da cidade. Pressente-se, contudo, que o problema não resida, apenas e só, na falta de habitação no centro da cidade. 

Ao construir mais e melhor habitação (o que não acontece a maior parte das vezes, infelizmente, na nossa cidade) será também necessário atender às necessidades e aspirações das novas gerações que procuram novas valências numa cidade pequena. Uma delas é, sem dúvida alguma, a oportunidade de, no seu dia-a-dia, andar a pé. Ao tratar-se, justamente, de uma cidade pequena, as distâncias, por serem curtas, permitem o desenvolvimento de uma mobilidade suave. 

A “melhoria da saúde e bem-estar dos oliveirenses e visitantes, bem como na obtenção dos benefícios ambientais e económicos, tentando-se preservar o ecossistema já estabelecido pela vegetação existente, introduzindo novos exemplares que ajudam a consolidar e fortalecer o potencial ecológico do parque” é um dos grandes objetivos da intervenção na antiga Quinta dos Borges, futuro Parque Urbano.

Tendo em consideração aqueles objetivos, pergunto: seria necessário construir um equipamento específico para o efeito ou a intervenção no espaço público da cidade já seria o primeiro passo para os concretizar? Intervir no espaço público da cidade de Oliveira de Azeméis seria o primeiro passo para melhorarmos a qualidade de vida urbana almejada por todos. 

De que serve um Parque Urbano bem desenhado e cuidado se, à porta de casa, temos passeios cheios de buracos, mal desenhados, com larguras variáveis, a maior parte das vezes com larguras reduzidas, que impedem o acesso ao espaço público, por exemplo, de uma pessoa com mobilidade reduzida? Ou de uma mãe, com carrinho de bebé, que gostaria de passear o seu filho pelas ruas da cidade? 
  * Arquiteta de Oliveira de Azeméis, Ph.D., Master Architect. 
27 de fevereiro de 2023 
anadacostaesilva@correiodeazemeis.pt 

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