16 Apr 2025
Mudanças dos hábitos de consumo e motivos religiosos são apontados como alguma das razões para o decréscimo de vendas registado por alguns proprietários
> Para alguns proprietários, as vendas na páscoa têm decrescido
Nesta época de quaresma, a Azeméis TV/FM saiu às ruas de Oliveira de Azeméis para tentar perceber a forma como a Páscoa impacta o volume de negócios dos comerciantes locais. Alguns proprietários conseguem manter o mesmo nível de vendas, mas já existem proprietários que dão conta de um declínio ao longo dos últimos anos.
Mudanças dos hábitos de compras e de consumo, motivos religiosos e a percepção de que as gerações mais jovens não atribuem tanto valor e importância à época festiva são algumas das razões apontadas por comerciantes para justificar o decréscimo do volume de negócios nesta altura do ano, comparativamente a quaresmas anteriores. Ainda assim, alguns proprietários do concelho conseguem manter o mesmo nível de vendas que registaram nos últimos anos.
“Na Páscoa, no Natal, no Mercado à Moda Antiga e noutras festividades nota-se um maior movimento de negócio e nós, comerciantes, esperamos muito por estas alturas. O que os clientes procuram nesta casa são os produtos que já conhecem tão bem, uma vez que é uma casa antiga. As pessoas costumam dizer que se falta o cheirinho do nosso sortido, tanto seco como húmido, nas suas casas, não há Páscoa. Desejo a todos muita saúde, paz e esperança no futuro”
Rosa Sacramento, proprietária da Confeitaria Ideal
“A Páscoa mexe sempre mais qualquer coisinha no negócio, mas nada de especial. Tem decrescido nos últimos anos por várias razões: económicas, as pessoas saem do concelho nesta altura e agora os consumidores têm o hábito de fazer as compras no shopping. As que nos procuram, compram mais os produtos bilaminados e peças com ramos e flores”
Carla Pereira, Ourivesaria Bastos
“Muitas vezes, as pessoas da terra não compram na terra. Acho que muitas pessoas vão a São João da Madeira ou ao Porto para comprar o que pretendem. Mas nesta época, vendemos mais os álbuns para batizados e comunhões, por exemplo”
Rosa Ferreira, Ourivesaria Bastos
“A semana anterior à Páscoa é sempre melhor do que a da Páscoa, porque as pessoas vêm comprar as flores para dar aos padrinhos. A Páscoa já não é tão forte como era, os oliveirenses acabam por sair muito para fora e cada vez menos compram flores para enfeitarem a casa e receberem o padre. A juventude não está a ser tão receptiva e os mais velhos acabam também por não abrir as portas, mas ainda há muita gente a manter a tradição”
Delfina Lopes, proprietária da Florista Bouquet