23 Oct 2025
> Helena Terra
A última noite eleitoral autárquica em Oliveira de Azeméis, para mim, apenas trouxe duas surpresas.
O resultado ganhador do PS que continua à frente dos destinos da Câmara Municipal era previsível. O candidato Joaquim Jorge apresentando-se para um terceiro mandato tinha o desgaste próprio desse facto e que, no caso, atentas todas as circunstâncias, não foi relevante. Se é certo que há quatro anos tínhamos cinco candidaturas a votos, agora tivemos sete e, mesmo assim, o PS na sua candidatura à câmara só registou menos 471 votos que nas últimas eleições.
A AD, ou coligação PSD/CDSPP, com uma candidatura completamente renovada, teve mais 1 487 votos que em 2021.
Por comparação com as últimas eleições autárquicas, a candidatura do CHEGA foi aquela que maior subida registou em número de votos (mais 2 710 votos) e elegeu um vereador.
O PS continuará, nos próximos quatro anos a dirigir os destinos da nossa câmara com maioria absoluta.
Analisando os resultados para a Assembleia Municipal, as posições relativas das candidaturas são as mesmas que para a Câmara, mas o número de votos, merece análise. O candidato à Assembleia Municipal do PS tem menos 1 541 votos que o candidato à Câmara. A candidata da AD tem mais, apenas, 691 votos que o candidato à Câmara. Por sua vez a candidata do CHEGA à Assembleia Municipal tem mais 371 votos que o candidato à Câmara.
Dito de outra forma, Joaquim Jorge Ferreira perde 471 votos relativamente a 2021 e, por sua vez, Amaro Simões perde 715, na mesma comparação. Nas candidaturas que ficaram nas três primeiras posições, os candidatos à Assembleia Municipal valem mais votos que os candidatos à Câmara, exceção feita a Amaro Simões que vale menos votos que Joaquim Jorge Ferreira.
O que, para mim, constituiu surpresa foi a vitória da AD na Assembleia de Freguesia de Cucujães e a vitória do PS na Assembleia de freguesia de Ossela.
Dado importante, a conquista da União de Freguesias do Pinheiro da Bemposta, Palmaz e Travanca pelo PS, embora sem surpresa para mim porque conheço o Rogério Ribeiro desde que ele, muito jovem, foi pela primeira vez autarca de freguesia.
De salientar que, Loureiro foi a única freguesia onde o PS não ganhou as eleições para a Câmara Municipal e não se pode concluir que se verificou o efeito “arrastão” provocado pela vitória na Assembleia de freguesia da AD, porque em Nogueira do Cravo e em Cucujães a AD ganhou para a Assembleia de freguesia e o PS ganhou a Câmara Municipal. Curiosamente, em todas as freguesias onde o PS ganhou para a Câmara Municipal ganhou também para a Assembleia Municipal, exceção a isto foi a freguesia de Nogueira do Cravo, onde a AD ganha a Assembleia de Freguesia e o PS ganha a Câmara e perde a Assembleia Municipal.
Há reflexões que estas eleições têm de provocar. No PSD e CDS-PP/AD são necessários candidatos mobilizadores, que nos últimos 12 anos ainda não foram encontrados. No PS é urgente pensar na sucessão e perceber o que não é solução e, para este efeito, a análise dos últimos resultados eleitorais, por freguesia, dá grandes pistas.
Quanto às restantes candidaturas a que aqui não aludi vai, naturalmente, o meu respeito, mas, todas juntas, valeram menos 1 671 votos que o CHEGA… Com nota para o BE que, relativamente a 2021, cai na sua própria votação para 36,37%.
Parabéns e glória aos vencedores e honra aos vencidos!
Helena Terra