15 Apr 2025
Segundo o Padre José Manuel, da Paróquia de Oliveira de Azeméis, mais de 50% daqueles que fazem a visita Pascal são jovens.
> NO DOMINGO, CERCA DE 55 PESSOAS VÃO ASSEGURAR A REALIZAÇÃO DO GESTO
O Padre José Manuel, da Paróquia de Oliveira de Azeméis, caracteriza a Páscoa como o “centro” da vida cristã. Apesar do decréscimo do número de famílias católicas praticantes ao longo dos anos, o pároco sublinha a religiosidade dos mais jovens.
“Para nós, o Natal, a Festa dos Santos Populares ou a Nossa Senhora de La Salette não são tão importantes como a Páscoa, que é o centro da vida cristã”, salienta o Padre José Manuel, da Paróquia de Oliveira de Azeméis. Para o pároco, esta época religiosa é o epicentro do que a comunidade católica acredita: “a missão, a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus.”
Quanto à tradição que fecha as celebrações do dia de Páscoa, o abrir de portas para beijar o Senhor, o Padre dá conta de que 11 grupos, constituídos por cerca de 55 pessoas, vão com “alegria” rezar e anunciar que “Jesus está vivo”, aos oliveirenses que quiserem abrir as portas das suas casas. “No domingo começamos pelas 9h30 e terminamos às 19 horas. Pedimos que ponham um sinal com ramos à porta e, nos apartamentos, que alguém esteja na porta de entrada para que possamos ir às casas que tenham os ramos”, explica José Manuel.
O pároco de Oliveira de Azeméis estima que, no concelho, cerca de 1.200 oliveirenses abrem as portas para receber a cruz. “Sabemos que é um número que varia, porque, por vezes, as pessoas aproveitam o bom tempo para saírem e muitas vão de férias”, sustenta. O Padre sublinha que, existindo menos casais e famílias católicas praticantes, há também menos jovens praticantes. “Os filhos de pais que optam pela fé, geralmente seguem o mesmo caminho”, explica.
Ainda assim, o pároco sublinha que os jovens oliveirenses têm praticado a sua fé. “Mais de 50% daqueles que vão na visita Pascal são jovens”, exemplifica.
A cruz
Desde a morte de Jesus que a cruz, apesar de toda a conotação negativa que tinha, como instrumento de tortura para justiçar os que cometeram pecados, tornou-se num objeto de veneração para os cristãos, sobretudo a partir do século IV. Na Sexta-feira Santa, um dos momentos com maior expressão na celebração da morte de Cristo é o da Adoração da Cruz, com os fiéis a venerarem com uma genuflexão e um beijo a cruz.
No Domingo de Páscoa acontece a habitual Visita Pascal, com os vários fiéis a limparem muito bem a casa para receber o Compasso, que consiste numa visita do padre para abençoar o lar e todos os que lá vivem, vindo acompanhado da cruz.