27 May 2025
Inicialmente centrada em torno do projeto pedagógico, a CERCIAZ sofreu profundas transformações ao longo dos anos e o CACI - Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão acolhe atualmente a maioria dos utentes da instituição
Órgãos sociais reivindicam mais apoio por parte da Câmara Municipal
A CERCIAZ – Centro de Recuperação de Crianças Deficientes e Inadaptadas de Oliveira de Azeméis assinalou na passada terça-feira, dia 27 de maio, 45 anos desde que foi constituída na Secretaria Notarial do concelho. Foi no ano letivo 1980/1981, em setembro, que um grupo de pais e professores deu início à atividade da instituição nas instalações cedidas pela Câmara Municipal, intituladas à época o “edifício das escadas redondas”.
Para assinalar a data, os órgãos sociais da CERCIAZ decidiram homenagear os seus trabalhadores com o descerrar de uma placa comemorativa. “Trabalhamos para a comunidade e para os nossos utentes, que não têm voz e precisam dela. Precisam, acima de tudo, de alguém que olhe por eles e pelas suas famílias. Nesse sentido, podemos ter as melhores instalações do mundo, mas se não tivermos bons colaboradores não funciona: é uma das chaves para o sucesso”, sublinhou António José, presidente da direção, em entrevista ao Correio de Azeméis.
Atualmente, a CERCIAZ presta apoio a 124 utentes e possui uma lista de espera de cerca de trinta pessoas. Segundo Paula Nogueira, diretora-geral da instituição, cinco utentes estão inseridos no programa pedagógico e cerca de noventa estão integrados no CACI - Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, uma resposta social destinada a desenvolver, por um lado, atividades "estritamente ocupacionais" e, por outro, atividades "socialmente úteis".
Já o projeto pedagógico está voltado para as aprendizagens académicas com o foco na funcionalidade. “No caso do Português fazemos uma leitura mais global, por exemplo, e a funcionalidade está no conseguir ler num supermercado ou numa farmácia. Na Matemática trabalhamos a relação do número com a quantidade”, explica Fernanda Sousa, diretora-pedagógica da CERCIAZ.
Chegados aos 45 anos após o nascimento da instituição, Paula Nogueira assegura que a missão, os valores e os objetivos da equipa continuam a ser os mesmos que se encontravam na génese da CERCIAZ, em 1980. “Tudo o que fazemos é em prol da deficiência e de melhorar a qualidade do nosso trabalho e das respostas que oferecemos, permitindo que os utentes sejam felizes com quem estão, onde estão e com o que fazem”, frisa.
Ao Correio de Azeméis, os membros da direção sublinharam ainda a importância de a comunidade oliveirense estreitar as suas relações com os utentes e a instituição, frisaram a centralidade dos parceiros e dos utentes externos para assegurar a sustentabilidade da CERCIAZ e partilharam também o objetivo de inaugurar um Centro de Dia e um Centro de Apoio direcionado a crianças.