Coluna Liberal

Devo começar por reconhecer que as populações de Nogueira do Cravo e de Pindelo demonstraram várias vezes publicamente o desacordo com a União de que foram alvo através da “Lei Relvas” (75/2013). A partir do momento em que surgiu uma nova lei, onde se previa a desagregação dessas uniões, já se previa este desfecho. 
Foi criado um Grupo de Trabalho, com representantes de todos os partidos, que esteve em funções entre Janeiro de 2023 e Março de 2024. Ainda antes do Verão, circulou a informação de que cerca de oitenta novas freguesias teriam “luz verde” para serem desagregadas nessa altura. Mas, como havia inúmeros casos desfavoráveis, optou-se por deixar andar. Caso tivessem sido criadas essas freguesias nessa altura, estaríamos a mais de doze meses de eleições autárquicas. 
Não querendo pôr em causa toda a unanimidade que uniu os restantes partidos nesta luta, e aproveitando que hoje há uma Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia, pergunto: quando esta União de Freguesias for desagregada…
As obras na Rua dos Combatentes ficam prontas de vez? 
O edifício Sede da Junta passa a ter umas rampas de acesso dignas? 
A ETAR e o saneamento aparece feita da noite para o dia? 
A recolha de lixo e de monstros passará a ser mais regular?
Vão surgir novos abrigos para que as pessoas não se molhem enquanto esperam pelo autocarro?
As empresas que se deslocaram, nomeadamente para Loureiro e Escariz, voltam à Freguesia? 
E o Carnaval, vai passar a ser mais conhecido por haver uma Junta? 
E é a alguns meses de eleições autárquicas que se resolve um assunto tão sério?
Temos consciência da história e costumes únicos de cada lugar. Contudo, não é por existir uma União de Freguesias que se perde a identidade, antes pelo contrário. Há que valorizar todo o território, e isso só se consegue se houver meios suficientes para tal. Depende muito mais de quem está à frente dos destinos dos municípios estar preocupado com os reais problemas das pessoas, do que haver ou não haver esta ou aquela freguesia. 
Na próxima Sexta-Feira, dia 17 de Janeiro, este tema vai ser votado em definitivo na Assembleia da Republica, o que fará renascer quase trezentas freguesias. A Iniciativa Liberal vai votar contra. 

Nelson Alves, Representante da Iniciativa Liberal