Comerciantes divididos com o fecho das zonas pedonais

O regulamento define que qualquer morador ou comerciante pode ter acesso a qualquer hora às ruas mencionadas em cima; para cargas e descargas terá cerca de 15 minutos para efetuar o trabalho; e para o caso de operadores de transporte haverão zonas específicas nas ruas limítrofes para proceder ao trabalho.
Manuel Tavares, presidente da Associação Comercial dos Concelhos de Oliveira de Azeméis e de Vale de Cambra, confessou ao Correio de Azeméis que a Associação não é “contra o fecho das ruas”. No entanto, referiu que “têm de ser criadas condições para que nenhum dos nossos associados saia prejudicado, estamos aqui para defender os sócios”. “Quando tivemos conhecimento do que a câmara pretendia, achamos que os 10 minutos iniciais que eles davam, para cargas e descargas, era pouco (…) Temos de saber que a zona pedonal é onde as crianças podem andar à vontade, assim como as pessoas com dificuldade de mobilidade”, argumentou o presidente da Associação Comercial.
Manuel Tavares prosseguiu ao explicar que o comércio existente nas zonas pedonais, à exceção da Farmácia Gomes da Costa, “não precisa de ser abastecido constantemente”. Um dos constrangimentos mais evocados pelos comerciantes é a proibição da passagem de carros, que irá diminuir a afluência de clientes ao comércio da zona. No entanot, Manuel Tavares referiu que existem zonas “onde passam milhares de carros por dia, tem estacionamento e os estabelecimentos estão na mesma completamente vazios”.
“É mais uma machadada no comércio, isso pode ficar bem assente. É mais uma machadada no comércio tradicional desta rua. Apesar de toda a crise, estamos a levar por tabela (...) O facto de não haver movimento, faz com que as pessoas quase não se lembrem (...) Estamos a sentir-nos muito desapoiados.”
Rosa Sacramento, proprietária da Confeitaria Ideal

“Devia-se primeiro pensar em estruturar e dinamizar o comércio, não é fechar as ruas. É preciso criar espaços para os clientes estacionarem, pensar num chão em condições para se chamar pedonal, para se caminhar à vontade sem quedas e tropeções (...) Não vejo melhoras para o comércio porque em todas as terras as zonas pedonais têm o trânsito ligeiro condicionado a passar com limitação de velocidade, com prioridade aos peões, conforme acontece noutras cidades, aqui vai ser o contrário”.
Avelino Amaral, proprietário da Ternurinha

“O comércio, está mal por todo o lado. Não é por fechar o trânsito que vai piorar a situação. Não vai ser por abrirem a rua que vai melhorar o comércio. Se temos direito de fazer as nossas cargas e descargas, não vejo porque não, ou o melhor ainda será , manter como está.”
Júlio Dias, proprietário Papelaria Central

“Eu não poderia aceitar que os nossos fornecedores estivessem limitados a uma baliza de tempo tão curta. Temos fornecedores de Lisboa, Porto, Maia, Coimbra, ou seja, se eu os limitasse neste horário, eles tinham que mudar a logística deles, que seria um problema. (...) Se não houver comércio em qualquer sítio onde as ruas são pedonais existe primeiro comércio e depois é que as ruas são pedonais, aqui foi ao contrário. Portanto, gostaria que a câmara pensasse nisso”
Hélvio Bastos, responsável da Fármacia Gomes da Costa