Construir o futuro

Na semana passada decorreu a Assembleia Municipal de abril. A agenda de trabalhos continha vinte e dois pontos na agenda para conhecimento, escrutínio e deliberação pelos membros da Assembleia.
No período destinado ao público, houve intervenções de denúncia de más práticas de descargas de águas residuais (esgotos) nas redes de águas pluviais causando cheiros insuportáveis e de alerta para a necessidade de se estudar e planear muito bem o processo que se avizinha de eventual desagregação de freguesias e voltar ao sistema anterior à “Lei Relvas”.
No período da Ordem do Dia, os pontos com maior debate democrático entre os diversos entendimentos foram, naturalmente, a situação financeira do município e o relatório de contas de 2021. Em termos gerais, a autarquia mantém o nível baixo da dívida municipal, os indicadores financeiros e económicos são estáveis, digamos que a saúde financeira é boa, o que apraz registar.
Em 2008 o município de Oliveira teve de se submeter a um Plano de saneamento financeiro, que determinava que uma grande parte da despesa de capital se gastava no serviço da dívida (amortização e juros), restando uma maquia pequena para obra.
Em meados do mandato anterior, a autarquia ficou já liberta daquela condicionante e passou a ter mais verbas disponíveis para investimento. O ano de 2021 foi record com um investimento superior a 10 milhões de euros. Finalmente! Mas tem 2 senões. Primeiro, perto de 3 milhões foram para as obras do Caracas, que são do executivo anterior. Segundo, o investimento foi desmesurado em relação aos anos anteriores em reparação de estradas e arruamentos, não estivéssemos nós em ano de eleições! Portanto, este aumento do investimento não resulta de opções estratégicas, mas sim de razões circunstanciais, pagar uma obra do mandato anterior e fazer obras próprias de ano eleitoral.
 * Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP