Contraditório
Opinião
PSD
Caminhando do jardim público para o mercado, somos agora barrados por taipais que indicam que as obras num dos mais emblemáticos edifícios oliveirenses vão arrancar. Finalmente, digo eu! E acrescento que o jardim e a avenida mereciam uma intervenção, tendo em conta a mobilidade de automóveis ligeiros e de mercadorias, meios alternativos de transporte (bicicletas, trotinetes e skates), pessoas — as barreiras arquitectónicas são imensas —, estacionamento e capacidade de retenção de clientes para o comércio tradicional.
A opção política não foi essa, decidindo intervir apenas no mercado, colocando lá um apeadeiro para justificar o financiamento europeu das obras. Vistas curtas!
Erguem-se taipais no mercado, que ajudam a esconder as obras e escondem, igualmente, pessoas. Pessoas que, para este executivo, não contam.
Para onde vão os comerciantes?
O que lhes vai acontecer no futuro?
Comerciantes e clientes não sabem. Quer dizer, sabem que agora vão para um buraco por baixo de uma grande superfície comercial, um sítio que nem os donos o quiseram, mas que, para este executivo, serve para esconder os indesejados, que não encaixam na visão pós-moderna e já gasta de mercados a serem vocacionados para mais um corner de restauração.
Um cliente do mercado, que compra fruta, legumes, carne, peixe, flores, roupa, que se desloca a pé, 500 metros no centro da cidade, com os seus sacos de compras, vai passar a descer até às Aldas, e subir carregado a Av. D.Maria?
Certamente não. É longe para ir a pé, não há atração de nada até se chegar ao local. O que faz essa pessoa? Mete-se no carro e vai até ao Continente, ao Lidl, ao Pingo Doce da ZI ou ao Mercadona em S.J. da Madeira. Sem clientes não há comércio.
Cidades sem pessoas são maquetes. Política sem pessoas é um ficheiro excel. Humanismo precisa-se!
João Rebelo Martins, vice-Presidente da Comissão Política do PSD
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