2 May 2022
José Campos *
A autarquia de Oliveira de Azeméis chegou a 31 de dezembro de 2021 com o maior saldo de gerência de que há memória. Foram mais de 29 milhões de euros que ficaram nos cofres da Camara Municipal. Se estivéssemos a falar de uma empresa privada seria um indicador financeiro excelente. Estando nós a falar de uma instituição sem fins lucrativos este indicador revela a falta de capacidade de planeamento que o executivo tem vindo ano após ano a demonstrar. É dinheiro que não é investido nos Oliveirenses.
Fruto do sucesso do plano de saneamento financeiro levado a cabo desde 2008 e que o partido socialista teimava em dizer que não era possível cumprir, no final de 2018 apenas um ano após tomar posse, o Presidente de Camara Joaquim Jorge admitiu que a câmara era por essa altura uma câmara de contas boas e com sustentabilidade. Esta frase por muito que o Sr. Presidente a tente esquecer,por si, só explica as condições financeiras únicas que este executivo encontrou para poder alavancar o investimento que o município precisa.
O problema é que ano após ano e também o foi em 2021, a educação e as nossas escolas continuaram a não ter o investimento necessário. As nossas zonas industriais continuaram a deteriorar-se, as nossas vias estruturantes continuaram a não sair do papel, o IRS continuou na taxa máxima.
O problema é que a gestão do município tem sido de tal maneira ineficiente que se previam investimentos com capitais próprios para 2021 num valor superior a 17 milhões e meio de euros, e depois na prática só se investiram pouco mais de 5 milhões. O problema é que se previa investir no âmbito do plano plurianual de investimentos mais de 34 milhões de euros e investiu-se menos 24 milhões de euros do que estava planeado. O problema é que o PS fez propaganda política com estes números em ano de eleições, mas na prática a execução apenas representou 31% do que propagandearam. O problema é que com condições únicas para investir apenas se investiram mais 2 milhões de euros do que em 2020. Acréscimo de investimento explicado por um aumento de mais 2 milhões de euros em betão nas nossas estradas, em ano de eleições. Coincidências?
O problema é que vamos assistindo à perda de atratividade e visibilidade do nosso município. O problema é que o nosso presidente fica contente com os indicadores financeiros, achando que isso é suficiente para fazer de Oliveira de Azeméis um melhor concelho para trabalhar, viver e investir, não mostrando uma única vez a capacidade de perceber que mais do que os números o importante são as pessoas.
* Vereador do do PSD