16 Dec 2024
Orçamento enviado pela Assembleia Municipal “não dá viabilidade [financeira]”
Tudo faz apontar que o processo de desagregação da União de Freguesias de Nogueira do Cravo e Pindelo não irá ter um final feliz.
O motivo prende-se, de acordo com Gaspar Almeida, presidente da União de Freguesias e Anabela Gama, líder da oposição da união, com o orçamento das duas freguesias que foi enviado para análise.
Dois anos após a aprovação do processo de desagregação em Assembleia de Freguesia e Assembleia Municipal, ambos por unanimidade, o processo estava nas mãos do Comité responsável na Assembleia da República, que terá considerado que o dossier apresentado pelo executivo não reunia as condições necessárias, sendo que a decisão final é tomada esta terça-feira [17 de dezembro], após fecho desta edição.
O orçamento, de acordo com Gaspar Almeida, presidente da União de Freguesias, estava inserido na proposta de desagregação apresentada em ambas as Assembleias [de freguesia e Municipal] e que foi aprovada por unanimidade.
“O parecer da comissão técnica achou que não haveriam condições económico-financeira para as freguesias”, começou por referir Gaspar Almeida ao Correio de Azeméis, tendo acrescentado que “achamos que isso pode ter sido uma interpretação da informação enviada [pela Assembleia Municipal] e é por isso que estamos a tentar saber mais detalhes para poder esclarecer a situação”.
Este era um desejo antigo da população de Pindelo, que em 2022 deixou vincada a vontade da desagregação.
O Correio de Azeméis falou ainda com José Almeida, o grande dinamizador da proposta da desagregação, que referiu que “da parte da comissão que estava à frente disso, os documentos são todos legais. O problema disto foi o orçamento que a junta mandou para Lisboa que não dá viabilidade para a sobrevivência das freguesias”, remetendo prestar mais declarações sobre o assunto após a decisão ser definitiva.
“Realmente é de lamentar”
Em declarações ao Correio de Azeméis, Anabela Gama, líder da Coligação PSD/CDS-PP, referiu que “a minha opinião é que já foi chumbado. Vai a uma segunda análise amanhã [terça-feira, 17 de dezembro], mas tem que haver uma boa fundamentação da parte do erro que foi enviado para lá”, acrescentando que “o orçamento que foi enviado junto com as contas, quando foi o processo para a desagregação, levava lá uns valores injustificados. Havia mais despesa do que receita”.
“A notícia já se sabia há mais de uma semana. Só na sexta-feira [13 de dezembro] é que se começaram a mexer, tanto a câmara municipal como a junta de freguesia. Realmente é de lamentar, porque é um trabalho que se falou logo no início do mandato deste executivo. Como é que deixam para a última da hora um assunto tão importante? Esta desagregação de freguesias, era um trabalho para ser feito com cabeça, tronco e membros”, afirmou Anabela Gama ao Correio de Azeméis.