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Dirigente local do PCP criticou localização do novo Centro Coordenador de Transportes, defendendo um novo rumo para o saneamento no concelho, e comentou o “desmembramento” do Hospital S. Miguel.
Paulo Rocha
Num balanço aos últimos quatro anos de governação socialista na Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Óscar Oliveira, entende que ficou muito por fazer da parte do líder do executivo, Joaquim Jorge.
Para o coordenador da Comissão Concelhia do PCP em Oliveira de Azeméis, o autarca apenas se preocupou em “arrumar a casa, pagar aos fornecedores e cumprir o saneamento financeiro” das contas do município, deixando outras questões importantes de lado. A relocalização temporária do Mercado Municipal no parque de estacionamento do Intermarché enquanto o edifício onde atualmente se encontra estiver a ser requalificado, um projeto de cerca de 3,7 milhões de euros, considera ser uma “traição aos vendedores”.
“Os comerciantes disseram-me que não foram ouvidos. Se fosse presidente da Câmara, a primeira coisa que faria era saber a opinião deles. Depois de uma fase complicada em que estiveram sem trabalhar, a Câmara deveria priorizar os comerciantes. É uma decisão prepotente transferir o Mercado Municipal sem lhes dar conhecimento”, atirou o dirigente comunista. “Se as pessoas vão ao Intermarché, depois já não voltam ao centro fazer compras”, algo que prejudica o comércio local.
A requalificação do centro de transportes, integrada no projeto de requalificação do Mercado Municipal, também é algo que “gera dúvidas em relação à conceção da obra”, já que o “Centro Coordenador ficar no centro histórico não é uma boa decisão”. “Talvez devesse ficar junto da ferrovia e não no centro da cidade”, atirou o membro executivo da direção regional do PCP.
Óscar Oliveira está, ainda, preocupado com as “40 novas insolvências de empresas no concelho” e com o desemprego, que “foi um dos que mais aumentou”. Assim, as prioridades deveriam passar pela “aposta em serviços públicos de qualidade, casos das escolas e hospitais, que revelaram fragilidades com a pandemia”, por um “grande investimento na Linha do Vouguinha”, pela fixação de jovens no concelho e pelo uso da cultura como forma de dinamizar Oliveira de Azeméis.
“Defendemos a remunicipalização das águas”
O acordo entre a autarquia e a Indaqua, avaliado em 4,3 milhões de euros, foi outro dos temas abordados por Óscar Oliveira. “A Câmara fez o trabalho que deveria ser da Indaqua, muitas das obras que estão a fazer deveriam ser da competência dessa empresa. Nós defendemos a remunicipalização das águas, já que estamos a pagar”.
Hospital a ser “desmembrado”
“O Hospital S. Miguel está a ser desmembrado”, entende o dirigente comunista. “As pessoas ficariam melhor servidas com um hospital com mais valências do que com a centralização de tudo no Hospital S. Sebastião, fica muito longe”, afirmou, rematando: “Isto beneficia os privados que estão a viver à custa da falta de serviços dos hospitais públicos”.