20 Jan 2025
Após recomendações do Ministério da Educação
Desde o dia 06 de janeiro entrou em vigor, no Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva, o regulamento que proíbe o uso de smartphones, telemóveis e outros dispositivos de comunicação móveis, em todo o recinto escolar. A par deste agrupamento, o Agrupamento de Escolas de Loureiro também já implementou a medida desde o início do ano letivo, em setembro. Restantes agrupamentos do concelho estão a trabalhar na medida.
Este novo regulamento resulta das recomendações feitas pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação, em setembro de 2024, tendo sido uma decisão “comunicada e discutida” com os encarregados de educação, alunos e toda a comunidade escolar, referiram os diretores dos agrupamentos do concelho ao Correio de Azeméis.
A restrição estende-se a todos os alunos e a todas as escolas dos agrupamentos, sendo que, os alunos desde o momento em que entram na escola e até saírem, permanecem com os mesmos desligados, guardados na mochila, ou, até mesmo casos em que estão proibidos de os levar para a escola.
Associação de Pais manifestam apoio
Em comunicado à redação do Correio de Azeméis, a Associação de Pais e Encarregados de Educação da EBS Dr. Ferreira da Silva manifestaram “o apoio incondicional ao novo regulamento.”
“Na ótica da associação de pais, os smartphones são uma ‘porta aberta’ para as redes sociais, e como têm jogos e outras aplicações geram distração e até situações de cyberbullying.”, afirmou a presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da EBS Dr. Ferreira da Silva, Elisabete Bernabé, na nota enviada.
> Dois casos de sucesso
Agrupamento de Escolas Dr. Ferreira da Silva
“Já ouvimos de novo barulho nos corredores”
“Muitas vezes nem comunicavam uns com os outros, não brincavam nos recreios, porque estavam sempre agarrados aos telemóveis. Era algo que já nos vinha a preocupar há alguns anos. (…). O que nós fizemos foi reunir com as associações de pais, com os representantes dos pais, com os próprios alunos e os seus representantes, com os delegados de turma, com os funcionários. E a ideia foi generalizada, toda a gente achava que era uma medida que devia ser tomada. (…). Ao mesmo tempo que implementamos esta medida, também procuramos que os alunos tivessem no recreio atividades criativas. [A medida] tem sido levada com grande adesão e digo, até me surpreende, porque efetivamente acho que toda a gente aderiu muito bem.”
António Figueiredo, diretor do Agrp. de Esc. Dr. Ferreira da Silva, ao Correio de Azeméis
“Apoiamos a medida e os alunos têm cumprido as regras. Tem-se notado uma mudança de comportamento principalmente nos alunos dos 2º e 3º ciclos, já existe mais interação entre todos, brincam e convivem com mais facilidade. Nós fomos ouvidos e até nos foi pedido contribuições para melhorar o regulamento, onde fomos atendidos com as mesas de ping-pong e outras atividades para os miúdos se divertirem.”
Maria Antunes, presidente da Ass. de Est. da EBS Dr. Ferreira da Silva, ao Correio de Azeméis
Agrupamento de Escolas de Loureiro
“[Os alunos] aceitaram facilmente, porque reconhecem que efetivamente com os telemóveis o comportamento deles é diferente” “Nós começámos a desenhar esta medida exatamente há um ano, em janeiro de 2024. Discutimos internamente as situações que nos preocupavam, que eram o uso excessivo do telemóvel da parte dos alunos na escola, nos intervalos, nas horas de almoço, que estava a prejudicar o rendimento escolar. Ouvimos alunos, pais e as associações, a opinião deles sobre a necessidade ou não de tomar medidas e que medidas. (…). Nós não ficamos com os telemóveis dos alunos, simplesmente dissemos aos alunos e às famílias no início do ano que não podem usar o telemóvel. Então, se estiver na mochila tem que estar desligado e não podem fazer uso dele em qualquer momento desde que entram na escola até saírem. (…). Eu sinto que eles [os alunos] aceitaram facilmente, porque eles reconhecem que efetivamente com os telemóveis o comportamento deles é diferente. (…). Sabemos que há recursos digitais que podem ser usados em contextos de aprendizagem e também tivemos a preocupação de reforçar os nossos equipamentos ao nível de tablets e computadores portáteis para que os professores possam ter de usar esses recursos e não o telemóvel dos alunos.”
Ana Rio, diretora do Agrupamento de Escolas de Loureiro, ao Correio de Azeméis
> Restantes agrupamentos em processo de implementação da medida
Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro
“A primeira fase foi para auscultar. Aliás, eu enviei documentos à associação de pais, associação de estudantes, e foi a fase de construção de recolher as sugestões deles. Já temos o documento aprovado no Conselho Pedagógico, mas, oficialmente só entra em vigor no meio do segundo semestre, depois da interrupção letiva da Páscoa. Assim, o que foi aprovado é que antes de proibir, vamos fazer a formação de todas as turmas e todos os pais, é a segunda fase. Vamos, depois de fazer a formação com os alunos e a formação parental, seguir à terceira fase de implementação.”
Ilda Ferreira, diretora do Agrupamento de Escolas Ferreira de Castro
Agrupamento de Escolas Soares Basto
“Já fizemos a alteração ao regulamento interno após uma ocultação que fizemos em assembleias de alunos dos diferentes tipos do ensino básico e do ensino secundário. Portanto, fica proibido para o primeiro ciclo, não podem mesmo levar [o telemóvel] para a escola. No segundo ciclo podem levar o telemóvel para a escola, mas não o podem tirar das mochilas. Só os tiram das mochilas em alguma aula em que o professor precise do telemóvel, como uma ferramenta digital. (…). Estas medidas já entraram em vigor em novembro, depois, estamos a construir para o terceiro ciclo e para o secundário, medidas especiais, sobretudo no ensino secundário, onde o governo refere que pode ser utilizado com moderação. Estamos a construir esse regulamento com a participação dos alunos nas assembleias de alunos.”
Maria José Calix, diretora do Agrupamento de Escolas Soares Basto
Agrupamento de Escolas de Fajões
“O regulamento já foi a Conselho Geral para ser aprovado, já foi aprovado, vai ser dado a conhecer aos encarregados de educação e fazer a passagem da informação a todos os alunos encarregados de educação e entrará em vigor no primeiro dia do segundo semestre.”
António Camilo Silva, diretora do Agrup. de Escolas de Fajões