Eutanásia – O vírus da pressa vs silêncio da morte
Opinião
Não raras vezes, quer por escrito, quer verbalmente, diz-se que quem é contra a eutanásia é “moralista” porque não atende ao sofrimento e à dor de quem se encontra numa situação de fim de vida ou não; nem ao direito à liberdade individual em decidir sobre a sua vida; ou ainda está agrafado a uma conceção de vida religiosa que exprime a vida como dom de Deus. Porém, não serão também moralistas aqueles que se arrogam no direito de defender a eutanásia, mesmo quando um conjunto de cidadãos fez chegar mais de 100 mil assinaturas para promover a realização de um referendo?
Enquanto se entranha o “vírus da pressa” para fazer aprovar a lei, o silêncio da morte ocorre em milhares de pessoas que, em tempo de pandemia, morreram sozinhas e sem o conforto e cuidados a que tinham direito – destaca-se a humanidade dos profissionais de saúde em colmatar as deficiência de um SNS que em vez de promover e prover o acesso digno aos cuidados de saúde, parece que apenas tem para oferecer a morte.
É ainda uma clara violação à moral social fazer querer avançar esta lei, uma vez que os partidos não a apresentaram nos seus programas eleitorais (exceção ao BE; é uma arrogância antidemocrática não respeitar os pareceres das Ordens Profissionais de Saúde; do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida; das instituições e associações que fizeram chegar à Assembleia da República as suas posições.
Prof. Doutor, Carlos Costa Gomes, Provedor do Estudante da
ESSNorteCVP e IB-UCP
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