Helena Terra - Cidade com necessidade

Helena Terra Opinião

Helena Terra * No próximo domingo, Oliveira de Azeméis comemorará o aniversário da nossa cidade. Uma cidade que se esperava feita e na idade adulta, pois já lá vão 37 anos. Alguns de nós interrogar-se-ão, afinal o que é uma cidade? É um espaço geográfico com essa designação e classificação administrativa? É o conjunto patrimonial de edificado mais ou menos organizado? É um conjunto de serviços administrativos que temos nos centros de organização e decisão? São as ofertas comerciais e de serviços? É o bulício de trânsito, pessoas, luz e cor? Eu diria que cidade é um conjunto de tudo isto, mas cidade são sobretudo as pessoas que dela fazem parte, quer pelo nascimento, quer porque nela participam, o que me leva a afirmar que cidade é um espaço de cidadania. Aliás, cidadão deriva etimologicamente da palavra cidade. Oliveira de Azeméis cidade tem falta de várias coisas, desde logo porque durante as últimas três décadas limitou-se a existir, mas sobre isso já fui ‘falando’, quer aqui, quer por aí. Hoje vou abordar a questão da participação das pessoas na sua cidade. Com exceção feita às Festas de La Salette, ao Mercado a Moda Antiga e à Noite Branca, os eventos culturais, da mais diversa natureza, que vão acontecendo na nossa cidade, têm pouca adesão das pessoas da cidade. Temos a Biblioteca Ferreira de Castro com eventos de vário tipo que, dificilmente, esgotam. Temos a Galeria Tomás Costa com mostras e exposições frequentes muito pouco frequentada. Quanto a hábitos correntes de vida urbana, as pessoas da nossa cidade têm muito poucos. A oferta de espaços de restauração, diversão e lazer é reduzidíssima, desde logo, se compararmos com cidades vizinhas de menor dimensão. Em tempo de pandemia, ficou por demais evidente o reduzido número de esplanadas da nossa cidade, sobretudo se compararmos cidades como Vale de Cambra ou S. João da Madeira. Alturas há em que me interrogo se os não há porque as pessoas não aderem ou se as pessoas não aderem porque os não há… A nossa cidade carece de uma centralidade bem definida. O tradicional centro da Praça José da Costa e do Jardim Público, com o fecho de alguns estabelecimentos emblemáticos daquela zona e o passar dos anos, foi dando lugar ao largo do Gemini. Neste, temos os dois cafés mais antigos e dois outros do lado oposto. Espaço de restauração temos um na Praça da Cidade, que nasceu torta e, como tudo o que nasce torto, tarde ou nunca se endireitará. É forçoso que criemos atrativos naquele que foi o centro tradicional da nossa vila e depois cidade, sob pena de o deixarmos morrer e o desertificar depois do chamado horário útil dos serviços. Embora não pareça, estamos em tempo de discussão e pré-campanha autárquica… É importante que esta discussão seja feita, porque falta cumprir-se a cidade 37 anos depois! * advogada

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