https://youtu.be/4E14YHuQgN4
Escolas, entidades e associações do concelho de Oliveira de Azeméis já aderiram ao Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, iniciativa dinamizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Oliveira de Azeméis.
Marta Cabral
“Temos de alertar a comunidade para este flagelo. Damos mais foco ao tema em abril por causa do seu significado mas, durante o ano, trabalhamos arduamente para combater esta problemática”, afirmou a presidente da comissão local, Helena Lestre, em declarações à Azeméis FM/TV.
O habitual Laço Azul humano não vai acontecer, mas não foi por isso que a CPCJ de Oliveira de Azeméis baixou os braços. A entidade apela à população para que faça o seu próprio Laço Azul e já são muitas as participações da comunidade oliveirense que, à distância, une-se a esta causa que teve início em 1989 (ver caixa).
Este ano, a CPCJ lançou o desafio às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) para participarem noutra iniciativa ligada ao Laço Azul, designada ‘Calendário dos Afetos’. Tal como o próprio nome indica, todos os dias, a CPCJ publica uma proposta enviada pelas IPSS, como é o caso do Centro de Apoio Familiar (CAF) Pinto de Carvalho. “Todos os dias, fazem atividades que envolvem os pais, os filhos e a própria entidade IPSS”, explicou Helena Lestre à Azeméis TV/FM.
Para a responsável – e a única profissional a tempo inteiro na comissão local –, todos os dias são um desafio. “Um dia na CPCJ nunca é igual ao outro. O nosso mandato é de nove anos e sairei daqui mais rica; nunca mais serei a mesma pessoa”, afirmou Helena Lestre que, apesar de estar na entidade desde 2016, assumiu a função de presidente há dois anos. “Fazer com que as famílias mudem e que as crianças estejam bem é a nossa prioridade”, garantiu.
Apesar de a CPCJ não ter técnicos a tempo inteiro – “uma falha”, nas palavras de Helena Lestre –, a dirigente da entidade declarou que as equipas que dão apoio à comissão local – desde as escolas até aos gestores de processo – são “fantásticas”.
Atualmente, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Oliveira de Azeméis acompanha 160 casos ativos em famílias do concelho. “Deixei de dormir descansada desde que estou aqui; é uma preocupação constante. Houve casos que me tiraram o sono mas, felizmente, agora está tudo bem”, revelou Helena Lestre.
Qual é a história do Laço Azul?
Em 1989, uma mulher norte-americana, Bonnie Finney, amarrou uma fita azul na antena do carro em homenagem ao seu neto, vítima mortal de maus-tratos. Com esse gesto, quis “fazer com que as pessoas se questionassem”. A repercussão desta iniciativa foi de tal forma que abril passou, então, a ser o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância.