1 Nov 2025
Nuno Gonçalves (IAPMEI) e Ana Lemos (CCDR-N)
Entidades nacionais e regionais respondem a críticas e explicam
As críticas à lentidão e à burocracia na resposta às candidaturas empresariais aos fundos europeus levaram a uma reação ponderada dos vice-presidentes do IAPMEI e da CCDR-Norte. No encontro, Nuno Gonçalves e Ana Lemos Gomes reconheceram as dificuldades do sistema, explicaram os mecanismos em curso e asseguraram que estão a ser tomadas medidas para tornar os processos mais rápidos, previsíveis e transparentes.
As críticas à lentidão e à burocracia na resposta às candidaturas empresariais aos fundos europeus levaram a uma reação ponderada dos vice-presidentes do IAPMEI e da CCDR-Norte. No encontro, Nuno Gonçalves e Ana Lemos Gomes reconheceram as dificuldades do sistema, explicaram os mecanismos em curso e asseguraram que estão a ser tomadas medidas para tornar os processos mais rápidos, previsíveis e transparentes.
Ana Lemos Gomes (CCDR-Norte): “O sistema é exigente, mas está a mudar”
A responsável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte começou por agradecer a participação dos empresários e sublinhou que as críticas são legítimas e necessárias para melhorar o sistema.
Reconheceu que há atrasos em alguns processos, sobretudo devido à transição entre o Portugal 2020 e o Portugal 2030, mas garantiu que as equipas estão a trabalhar para acelerar a análise das candidaturas e simplificar os procedimentos.
“Sabemos que há candidaturas que demoram mais tempo do que todos desejaríamos. É uma preocupação partilhada. Estamos num momento de transição de quadros comunitários e isso exige ajustes técnicos e administrativos, mas os processos estão em curso e vão acelerar.”
“Queremos garantir previsibilidade e clareza. A pior coisa para uma empresa é não ter resposta. Temos de encontrar o equilíbrio entre o rigor na utilização de fundos públicos e a necessidade de rapidez na execução dos investimentos.”
Ana Lemos Gomes destacou ainda que o Norte 2030 contempla instrumentos específicos para a inovação produtiva e internacionalização, dirigidos às pequenas e médias empresas, e apelou para que os empresários continuem a submeter projetos.
“Os fundos europeus não são um fim em si mesmos — são um meio para aumentar a competitividade, criar emprego e fixar talento. Queremos continuar a ouvir as empresas e a ajustar as políticas de acordo com as suas 3necessidades reais.”
Nuno Gonçalves (IAPMEI): “Precisamos de confiança mútua”
O representante do IAPMEI respondeu de forma direta às preocupações levantadas por Isabel Bastos (Aspöck Portugal) e Gonçalo Caetano (Simoldes), reconhecendo que existe uma perceção de distância entre as entidades públicas e o setor privado, mas garantindo que o instituto tem procurado aproximar-se das empresas e modernizar os seus processos.
“O IAPMEI está consciente das dificuldades que as empresas enfrentam nos processos de candidatura. É um sistema complexo e exigente, e temos de o tornar mais ágil. Temos trabalhado para simplificar, para reduzir o número de documentos e para digitalizar os procedimentos. Mas é preciso tempo para que as mudanças se sintam no terreno.”
“Não pode haver desconfiança. A administração pública tem de confiar nas empresas, e as empresas têm de confiar nas instituições. Os técnicos do IAPMEI estão disponíveis para apoiar, esclarecer e acompanhar as candidaturas, não apenas para fiscalizar, mas para ajudar.”
O dirigente sublinhou ainda que os novos avisos do Portugal 2030 trazem melhor articulação com os programas regionais e o PRR, e que há um esforço conjunto para que os apoios cheguem mais depressa às empresas.
“Estamos a simplificar regras, a reforçar o acompanhamento técnico e a introduzir novos mecanismos de resposta. O objetivo é que nenhuma boa ideia fique parada por causa da burocracia. O que se faz em Oliveira de Azeméis é o exemplo de como o país cresce quando o setor público e o setor privado trabalham juntos.”