Ínsua não é rio, mas topónimo

Opinião

Na edição n.º 4859, o Correio de Azeméis veiculou a seguinte notícia: “A deputada à Assembleia da República do PSD, Helga Correia, voltou a levantar a questão relacionada com a poluição dos rios Antuã, Ul, Ínsua (SIC) e Caima, numa audição regimental ao ministro do Ambiente e Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes”. Como há anos a esta parte, tenho publicado no Correio de Azeméis e noutros jornais da região diversos artigos com fundamentação histórica sobre a hidrografia do nosso concelho. Posso garantir, sem receio de contradita, que as freguesias de Oliveira de Azeméis são banhadas apenas por três rios: Antuã, Ul e Caima. Os oliveirenses e as pessoas que os representam precisam de conhecer a história e a geografia do seu concelho para não caírem no embuste que lhes teceu a JAE ao colocar, há anos, na ponte sobre o rio Antuã, na IC 2, à saída da cidade de Oliveira de Azeméis para sul, a irrisória, desavergonhada e mentirosa placa “Rio Ínsua”!!! Ora ÍNSUA não é um potamónimo, não é nome de linha hidrográfica, mas tão só topónimo de certa área geográfica, cuja origem remonta à dominação romana, derivando do termo latino insula, ae (ilha, em português) cujo étimo insulam > insula > insua, por elisão apócope do “M” final e síncope do “L” intervocálico. Daqui se infere que ínsua era e continua a ser uma espécie de ilha, uma porção de terreno, geralmente agrícola, cercado de água, em geral, por todos os lados. Com este sentido, ainda hoje há inúmeras ínsuas no concelho de Oliveira de Azeméis e por todo o país, mas rio com nome “Ínsua” não há em Portugal, nem na Europa, nem pode haver, por ser contra a sua matriz etimológica. Os rios Antuã e Ul são conhecidos já no século XI e citados numa doação de bens da nossa região. Trata-se da doação que, a 07 de Fevereiro de 1068 da era cristã, fez o presbítero Auderigo ao presbítero Bermudo das villas cesari, manzores e fagiones (Fajões) e a sua Igreja de S. Martinho “in território Portu-cale subtus mons castro calbo et montecelo discurrente ribulos antuana et ure”, por onde correm os rios Antuã e Ul (Diplomata et Chartae, doc. 470). (continua na próxima edição) Dr. Samuel Oliveira, Presidente da Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis

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