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Correio de Azeméis

23 Nov 2023

MINA DO PINTOR - As suas 5 chaminés são construídas em pedra, sendo uma a mais alta da Península Ibérica

Opinião

António Mota

Um património urgente a ser preservado
O início da exploração da mina pela firma inglesa The Anglo-Peninsular Mining & Chemical, C’ Lda., deu-se em meados do séc. XIX.
Durante o período de atividade da Mina do Pintor, a produção incidiu nomeadamente no arsénico, volfrâmio, estanho, cobre, chumbo, ouro e prata.
O jazigo apresentava-se sobre a forma de filões quase verticais, estando cinco em exploração. Uma curiosidade relacionada com os filões reside no facto de eles terem recebido nome de pessoas.

Os filões eram conhecidos como: “Ernesto, Manuel, Luci, Kitti e Cooper”.
 A Mina tinha apenas um poço de extração que funcionava com o guincho que movimentava o elevador, na terminologia mineira se designa por “Jaulas” (e que muitas vezes têm mais do que um piso). E uma saída, a W da mina, junto à Ribeira do Pintor, saída essa de emergência da primeira galeria que servia de ventilação e que fica a 40m de profundidade.
Já na 3ª fase da exploração, 1947 a 58, em geral, era o homem quem empurrava os carros (vagonetes) através de carris. As vagonetes que transportavam o minério até à “jaula”, pesavam cerca de 70 Kgs, sem minério, tinham 4 rodas e circulavam sobre carris. Havia sempre o cuidado da segurança do pessoal, quando se fazia exploração do solo.
O poço tinha cerca de 204 m de profundidade e era quadrangular com 3 m de lado.
Tem 8 galerias, a primeira fica a 40 m de profundidade, a quinta galeria fica a 180 metros. As galerias têm cerca de 1,80 metros de altura e 1,20 a 1,40 metros de largura. O comprimento das galerias varia; umas tem 250 m, outras 450 m e uma outra poderá atingir os 500 metros.
Na Mina do Pintor em Nogueira do Cravo foi utilizado o método de câmaras e pilares. Os jazigos foram explorados parcialmente, ficando nas minas grandes quantidades de substância útil (minério).
O minério era transportado para os fornos para ser feita a ustulação. O arsénico sublimava e por arrefecimento passava do estado gasoso a sólido ficando depositado no labirinto que liga os fornos à chaminé. O minério ustulado ia para as entulheiras.
Com a vinda do minério das minas de Jales, o arsénico era separado dos restantes minerais: cobre, prata, em menor quantidade ouro e outros, depois iam para o estrangeiro, para serem refinados e voltavam para Portugal onde o Banco Central lhes dava o destino adequado. O arsénico é utilizado no fabrico do vidro e outros produtos, exportado em grande escala.
(Continua na próxima edição)
* Escultor de nogueira do cravo

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