O Estado da (i)Nação

Helena Terra

Helena Terra *

Portugal e os portugueses vivem momentos particularmente difíceis. As greves fazem manchetes diárias nos meios de comunicação social. Os professores estão em greve há tempo bastante para que os danos na escola pública sejam brutais, a acrescer àqueles que a pandemia tinha feito contabilizar. E, isto não é um julgamento dos grevistas, é um facto.

Nos transportes públicos faz greve a CP, com adesões que provocaram a supressão de 93% dos comboios. Esta semana, segue-se a greve do Metro de Lisboa, da Transtejo e Soflusa, da Fertagus e da Transportes Sul do Tejo.
As greves dos funcionários judiciais, têm vindo a suceder-se. Está convocada uma greve dos médicos, durante dois dias, no início do mês de Março e outras tantas se sucederão…
No último fim de semana, milhares de pessoas encheram a rua de São Bento, em Lisboa, reivindicando “uma vida justa” e concentraram-se junto à Assembleia da República, onde exigiram “fazer parte da decisão” e “políticas concretas” para responder à crise. Esta manifestação foi organizada pelo Movimento Cívico “Vida Justa” que diz lutar por “Vida Justa” e salários para viver, por uma escola melhor e por políticas concretas que respondam aos problemas das pessoas. Nesta manifestação do “Vida Justa”, os cidadãos reivindicam salários que lhes permitam viver chamando, claramente,  à atenção para a inflação, sendo certo que, mesmo tendo descido relativamente ao verificado em Dezembro de 2022, o  Índice de Preços no Consumidor (IPC) se fixou em 8,4% em janeiro de 2023.
O aumento do custo de vida, tem provocado uma aumento do preço dos alimentos que estão a subir mais em Portugal que na Zona euro. E é neste tipo de produtos que o aumento de preços mais se distancia do resto da europa, assumindo especial relevo produtos tão básicos como o leite fresco, os ovos e a comida para bebé. Claro está que, os mais afetados são, hoje como sempre, os mais pobres que, apesar de terem um aumento do salário mínimo nacional, em Janeiro deste ano, em cerca de 7,3%, este valor fica, claramente, abaixo da inflação, mormente quando sofrem aumento de preço em alguns bens alimentares acima dos 20%. Ou seja, após um dos mais elevados aumentos do salário mínimo nacional, os portugueses que o auferem, e que são mais de 25% dos trabalhadores por conta de outrem, passaram a viver pior.
Temos um governo com maioria absoluta que vive a tentar resolver os problemas que tem dentro de portas para poder sobreviver. Entre casos e casinhos, as tragédias vão-se somando. Depois das demissões de alguns ministros e secretários de estado, temos um ministro dos negócios estrangeiros que convida visitas para a casa dos outros e que, parece que, “furou” o sistema para a renovação da sua própria carta de condução que havia caducado há 7 anos. E a segunda figura do governo, o ministro das finanças, à beira de ser constituído arguido por factos que remontam à sua presidência da Câmara de Lisboa, além das polémicas da TAP e daquilo que o relatório da DGF trará.
Apenas me ocorre, nesta altura, a letra de uma das músicas do Zeca Afonso: Não me obriguem a vir para a rua gritar, que é já tempo de embalar a trouxa e zarpar! 
 * Advogada
 

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