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Correio de Azeméis

4 Mar 2024

O que aconteceu à Rua dos Bombeiros Voluntários?

Ana Isabel da Costa e Silva

Ana Isabel da Costa e Silva *

Não se verificou, nos últimos anos, vontade política para alterar o desenho do espaço público da cidade e encontrar soluções para que as pessoas possam deixar o seu automóvel bem estacionado de modo a poderem percorrer confortavelmente a cidade a pé. 
Este ponto é ainda mais verdade se olharmos para as novas alterações do espaço público como consequência da instalação do novo Mercadona que, como dizem, é o maior das redondezas...
As pessoas querem a cidade para caminhar, para irem, nomeadamente, ao supermercado a pé. Será, certamente, por essa razão que instalaram um supermercado no centro da cidade. Então, como terá sido possível desenharem daquela maneira a rotunda, o novo arruamento com duas vias com separador central que interrompe, abruptamente, a Rua dos Bombeiros Voluntários?
O progresso não pode ser perseguido de qualquer forma e a qualquer preço. Há um traçado, há uma história, há memórias, há identidades que se constroem nos vários espaços da cidade. Qual terá sido o fator mais importante para romperem com a estrutura urbana da cidade, cortando a Rua dos Bombeiros Voluntários, para construírem aquela solução, ainda por cima mal desenhada?
Ouve-se um discurso político que advoga, sem mais demoras, a necessidade de ação. Mas numa democracia, a ação tem de ser consertada.  A ação deve ser ponderada e bem estudada para que, colocando em prática, possa ser, efetivamente, uma melhoria para o estado das coisas e, sobretudo, uma melhoria para a vida das pessoas. 
O que está a acontecer na nossa cidade?
Muitos são a favor. Muitos estão contra. 
Mas uma coisa se sente: há uma infelicidade coletiva latente na nossa cidade. 
Recupero uma questão de um texto de Gonçalo M. Tavares, intitulado “Progresso e movimento”, do livro “Atlas do Corpo e da Imaginação”: Qual é a velocidade que possibilita o progresso sem que o resto que sobra do movimento gere, por caminhos não controláveis, catástrofes que atrasem mais do que aquilo que se conseguiu avançar?

  * Arquiteta de Oliveira de Azeméis, Ph.D., Master Architect.anadacostaesilva@correiodeazemeis.pt 
 

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