O Romance dos nossos dias

Helena Terra

Tinha dito para mim mesma que hoje não escreveria sobre política, nem políticos. Falhei e cá estou eu, de volta ao inevitável.
Este fim de semana, foi marcado (será?) pela convenção do Bloco de Esquerda cuja vitória do Benfica, no campeonato nacional de futebol, ofuscou a luz daquela convenção que, é certo, já era pouca.

Mariana Mortágua é a nova Coordenadora nacional do Bloco de Esquerda com uma votação de 81% dos delegados do congresso, sendo certo que para a eleição destes, apenas participaram 20% dos militantes do partido. É a grande vitória de uma pequeníssima maioria.
No final da cerimónia de encerramento da convenção esteve presente, em representação do governo, António Mendonça Mendes, que é o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e era forçoso antever que, à saída, iria ser bombardeado, como foi, com perguntas sobre a sua atuação na entrada em cena do SIS para a recuperação do computador mais famoso de Portugal. O seu comportamento perante os jornalistas, além de reprovável, foi ridículo. Fez figura de tontinho e o António Mendonça Mendes é um homem inteligente.
A novela da Comissão parlamentar de inquérito ao caso TAP vai continuar e toda a gente aguarda por aquelas que serão as cenas mais emocionantes: as audições de Pedro Nuno Santos e Fernando Medina, por esta ordem que, parecendo irrelevante, não é!
Aquilo que tem sido o desfilar dos principais membros do governo do nosso país na cena política tem sido entristecedor, pelas marcas que vai deixar nas instituições democráticas e no país em geral.
Tempos houve em que se disse que este era o governo de ascensão dos “jovens turcos”. Mas não. Primeiro, porque apesar de comportamentos de miúdo, todos eles já não são tão jovens assim. Depois, a realidade demonstra à exaustão que, a projeção deste grupo não foi a de ascensão, mas a de escalada individual na qual todos deixam o terreno escorregadio para o “senhor” que se segue. E aquilo que, alguns apelidaram de grupo, nunca foi mais que o resultado de uma soma autofágica que pode vir a ter resultados desastrosos.
Mas nada do que, nos últimos tempos vem a púbico é animador para a credibilidade das instituições. Esta semana a maioria da imprensa fez títulos e prime times com a chamada operação Tutti Frutti. Um Inquérito que dura há 8 anos, e de que a imprensa traz à luz do dia, uma série de envolvidos pela prática de um conjunto de crimes enunciados pela procuradora Andrea Marques, tais como corrupção, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido. Nos ditos envolvidos está gente que nunca foi ouvida por nenhum órgão de polícia criminal, que nunca foi notificada de coisa nenhuma, que, por via disto, nunca foi constituída arguida… 
E, à Drª Lucília Gago, nada se conhece que tenha dito ou feito a este propósito. E o Conselho Superior do Ministério Público já autuou um processo de averiguações à Drª Andrea Marques? Confesso que não sei…, não foi noticiado!
 

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