Ana Isabel da Costa e Silva *
Todos estamos determinados pelo facto de nascermos humanos e, consequentemente, pela tarefa interminável de ter de escolher constantemente, temos de escolher os meios juntamente com os fins. Não devemos confiar em que alguém nos salve, mas conhecer bem o facto de que as escolhas erradas nos tornam incapazes de nos salvarmos.
Erich Fromm, O coração do homem.
A nossa cidade necessita de boas escolhas para encontrar o seu rumo e a sua importância no território a que pertence. A nossa cidade precisa de boas escolhas para garantir melhor qualidade de vida aos seus munícipes.
Podemos concluir que, no tempo, algumas escolhas não foram as mais acertadas como por exemplo a localização do Centro de Saúde de Oliveira de Azeméis. No entanto, há boas escolhas ainda por fazer que podem melhorar a qualidade de vida das pessoas que utilizam, habitualmente, o Centro de Saúde.
A decisão de ter deslocado o Centro de Saúde de Oliveira de Azeméis, do centro para a zona nordeste da cidade, junto à Rua Francisco Abreu e Sousa, colocou uma série de desafios, nomeadamente no que concerne à construção do edifício, deixando um território mal desenhado com a questão do estacionamento automóvel por resolver.
A minha questão prende-se com a ausência de informação sobre uma possível resposta da Câmara Municipal a esta e a outras questões, que se relacionam com o desenho do espaço público que permanecem, há anos, por resolver.
A participação da população, em geral, e das pessoas que residem nos locais, em particular, é muito limitada porque não há uma tradição de participação ativa das populações na resolução dos seus problemas diários, complementada pela inexistência de uma comunicação eficaz dos serviços do Poder Local relativamente a determinadas escolhas políticas.
Talvez a solução do estacionamento para os utentes e funcionários do Centro de Saúde e outros serviços próximos esteja, justamente, no desenho do perfil da Rua Francisco Abreu e Sousa. Ao redesenhar o seu perfil, certamente estaremos a dar melhor qualidade de vida aos residentes possibilitando estacionamento no exterior do seu lote, resolveríamos o problema do excesso de velocidade que, diariamente, aí se pratica e patrocinaríamos a mobilidade suave, tão necessária e urgente para evitar mais acidentes e problemas de segurança que persistem naquela rua.
* Arquiteta e docente da Faculdade de
Arquitetura da Universidade do Porto,
natural e residente em O. Azeméis
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