Partidos Desagradados Com Falta de Representatividade

A ausência de nomes oliveirenses nas listas distritais de candidatos às legislativas de 18 de maio marcaram o programa mensal ‘Politicamente Correto’ da Azeméis TV/FM, exibido na quarta-feira 7 de maio. Os representantes do partido mostraram-se descontentes com o facto, mas não acreditam que possa afetar o resultado nas urnas.

O programa ‘Politicamente Correto’ voltou à antena da Azeméis TV/FM na quarta-feira, 7 de maio, com um tema ligado às Eleições Autárquicas, que se realizam este domingo, 18 de maio. “Que representatividade deve ter o concelho na Assembleia da República no próximo parlamento” foi o mote para a discussão que contou com representantes de três partidos: Vasco Alves, pelo Partido Socialista, João Costa, do Partido Social Democrata e Constantino Tavares, do CDS-PP. Diogo Costa, do Bloco de Esquerda, e o representante do CHEGA foram convidados, mas por motivos de agenda não puderam estar presentes.

Os três representantes dos partidos no ‘Politicamente Correto’ admitiram não estar satisfeitos com a falta de representatividade de elementos oliveirenses nos lugares elegíveis. No entanto, os três veem a questão de forma diferente. A literacia política também foi tema no debate. Os representantes do PS e PSD acreditam que a falta de conhecimento da população pelo sistema de eleição dilui o problema da representatividade. Constantino Tavares, do CDS-PP, mostrou-se também bastante verbal ao alertar que o problema da falta de nomes de Oliveira de Azeméis não é novo.

UM PROBLEMA QUE SE REPETE

“O problema não é de hoje, já o foi há um ano. Eu disse que Oliveira de Azeméis tinha perdido preponderância em relação à distrital e ao nosso país. Se tivermos um representante de Castelo de Paiva, de São João da Madeira e não tivermos um Oliveira de Azeméis, as decisões vão sair um bocadinho fora do nosso circuito e o nosso território não vai estar representado. As nossas estruturas locais, e falo de todos os partidos, não conseguem passar para a distrital e para o país, mas principalmente para distrital a importância que tem o nosso concelho em Aveiro. Não adianta só dizer que somos o terceiro maior em número de população, somos não sei quanto em exportação e capacidade económica, mas depois na prática não somos ouvidos”. Constantino Tavares, CDS-PP

EFEITO NA VOTAÇÃO

“Não creio, nem acho, que possa acontecer que os deputados que são eleitos por círculos eleitorais distritais, coloquem completamente de parte a sua função e representem só o seu concelho. É inconcebível, senão teríamos um problema grave. Temos 230 deputados e temos 308 municípios. Acho que não vai influenciar a votação porque acredito que mais de 90% das pessoas vota pelo candidato a primeiro-ministro que os partidos apresentam e são uma minoria aqueles que vão votar em função do deputado que podem escolher. Acredito que isso não terá uma grande influência a nível eleitoral. Na comunicação social de maior acesso, principalmente as televisões, as pessoas veem os debates entre os candidatos a primeiro-ministro, onde andam, as arruadas, os comícios e ouvem as principais mensagens”. Vasco Alves, PS

LUGAR DADO NÃO AGRADA

“Temos que perceber que um 12º lugar na lista é péssimo, mas também temos que olhar para trás e perceber o resto em retrospetiva daquilo que vem a ser há muitos anos. Obviamente que temos que nos esforçar porque Oliveira merece e claramente que eu queria ver um deputado por Oliveira de Azeméis. Mas na falta dessa possibilidade, temos que jogar com aquilo que temos e aquilo que temos é eleger 12 deputados para a Helga poder entrar. No entanto, a constituição de uma lista carece de algumas considerações que é preciso analisarmos. No nosso caso vamos em coligação, logo por aí temos que ter cuidado porque há sempre alguém que vai integrar a lista por outro partido, neste caso o CDS, ocupa 10º lugar. As pessoas acabam por votar em consonância com quem querem para primeiro-ministro e por isso acho que neste caso a falta de literacia política até acaba por ajudar as pessoas a irem votar. Não fazem a ligação se está alguém ou não do concelho. Esse é o primeiro problema que nós encontramos e que temos de começar a resolvê-lo”. João Costa, PSD