Paulo Neves ofereceu uma estátua de S. José ao Papa Francisco: "Foi um momento super especial"

Paulo Neves, escultor com grande ligação à arte sacra, foi recebido pelo Papa Francisco, a quem ofereceu uma peça (em gesso e fundida a bronze) representativa de S. José e de quem o chefe da igreja católica é grande devoto. Este "momento único" aconteceu na manhã da passada quarta-feira no Vaticano, em Roma, para onde Paulo Neves viajou de propósito após convite de D. Tolentino Mendonça, arquivista do Arquivo Apostólico do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica Vaticana, na Cúria Romana. "Levei-lhe um S. José feito por mim e estive um bocadinho com o Papa e a ser abençoado por ele. Foi uma cerimónia muito bonita. O Papa é uma grande pessoa, sente-se algo especial quando se está com ele", explicou ao Correio de Azeméis Paulo Neves visivelmente contente pelo momento que viveu. "Acho que o Papa gostou. O olhar dele e a forma como ele tocava na peça revelavam isso mesmo", recordou o escultor, que não tem dúvidas que este foi um "momento único" e super especial" e que jamais vai esquecer. Paulo Neves referiu ainda que o Papa terá ficado "surpreendido" com a peça que recebeu. "Se calhar não estava a contar com a escultura".

Ao Correio de Azeméis, Paulo Neves revelou a mensagem que o chefe máximo da igreja católica lhe transmitiu no pouco tempo que estiveram juntos: "Ele só me disse para eu continuar a ser artista porque o mundo precisa de artistas". Outro pormenor da visita revelado pelo escultor foi que Francisco lhe pediu para retirar a máscara enquanto conversavam. "Cumprimentei-o e ele pediu para eu retirar a máscara, porque ele queria cumprimentar e conversar sem máscara". 

"São momentos únicos na vida. Acho que o Papa é uma pessoa super humana. O seu olhar, a sua expressão... Quando ele está com uma pessoa sentimos mesmo que ele está connosco e não com o pensamento noutro lugar", acrescentou o artista cucujanense, que já fez peças para a Igreja de Fátima. Paulo Neves é, por exemplo, o autor da Estátua a S. Gonçalinho (em pedra e com a altura de 268 cm) que se encontra em Aveiro e, recentemente, também o criador de três novas peças em mármore na remodelada Igreja de S. Gonçalo, em Amarante: o altar, com 13 rostos em representação da última ceia; o ambão, com representação dos quatro evangelistas; e uma cadeira.