14 Jan 2025
Opinião Opinião Política CHEGA
> Manuel Almeida (CHEGA)
Num dos artigos que escrevi em Dezembro, foquei-me na mobilidade sustentável tão badalada pela nossa autarquia e na falta de condições para a prática da mesma, e resolvi iniciar os artigos de 2025 com a micromobilidade em Oliveira de Azeméis.
Em reunião de Câmara realizada em Novembro do ano transacto foi apresentado e aprovado por unanimidade, ou seja com os votos favoráveis dos vereadores do PS e do PSD, o contrato entre a autarquia e uma empresa, para a disponibilização de 80 trotinetes e 20 bicicletas electricas para uso dos oliveirenses. No início deste mês, com a pompa e circunstância a que este executivo já nos habituou, lá foram entregues algumas das ditas bicicletas e disponibilizadas as tais trotinetes, que logo nos dias seguintes começaram a aparecer onde não era previsto, espalhadas pela cidade e abandonadas de qualquer jeito nos passeios e mesmo nas bermas de algumas ruas.
Se aprofundarmos um pouco este assunto, lembramo-nos perfeitamente que algumas das primeiras cidades portuguesas a aderirem a este tipo de micromobilidade já mudaram de ideias, já impuseram regras de utilização mais rigorosas e em alguns casos a sua utilização foi mesmo banida. Se olharmos para algumas das principais cidades europeias, como por exemplo Paris, Roma, Berlim e Madrid, as regras de utilização são muito restritas e proibidas em muitas zonas destas cidades. Estas proibições ou limitações variam de cidade para cidade, refletindo as diferentes abordagens para equilibrar a inovação e a mobilidade sustentável com a necessidade de garantir a segurança e a convivência pacífica entre pedestres, motoristas e usuários de trotinetes.
Em 2023, um estudo realizado na cidade de Lisboa e publicado no Transportation Research Part D: Transport and Environment, mencionava que em 2019, a sinistralidade associada às trotinetes partilhadas custou cerca de cinco milhões de euros em despesas de saúde e que no ano de 2022 o INEM transportou 6.280 pessoas, cujos ferimentos resultaram da utilização de trotinetas, bicicletas e skates. Eu sei que a dimensão de Lisboa é muito superior à dimensão de Oliveira de Azeméis, mas estes números são no mínimo preocupantes. Será que o executivo não teve acesso a este estudo? E os vereadores do PSD, votam favoravelmente tudo o que o executivo lhes apresenta?
A mobilidade e a micromobilidade sustentável no nosso concelho resume-se em três palavras: bandalheira, incompetência e irresponsabilidade!
Manuel Almeida, Presidente da Comissão Política Concelhia do partido CHEGA