14 Oct 2025
Constantino Tavares
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Constantino Tavares, presidente da Comissão Política Concelhia do CDS, anunciou a sua demissão de todos os cargos partidários, reconhecendo a sua quota parte de responsabilidade nos resultados abaixo das expectativas e defendendo uma renovação na liderança local.
Em declarações ao Correio de Azeméis, o presidente da Comissão Política Concelhia do CDS declarou na segunda-feira, 13, que vai formalizar a sua demissão de todos os cargos internos do partido, incluindo a presidência da estrutura local, após os resultados eleitorais que classificou como “insatisfatórios” e “aquém dos objetivos traçados”.
“Normalmente, em política e democracia funciona assim: dar os parabéns a quem venceu e reconhecer quando as coisas não correram bem”, afirmou o dirigente, assumindo que a coligação PSD-CDS “não alcançou os objetivos pretendidos” e que “a estratégia, embora correta, não foi bem executada”.
O político admitiu sentir “falta de condições pessoais e políticas para continuar a exercer o cargo” e reconheceu a sua “quota de culpa” nos resultados obtidos. “Em política temos de ter humildade para reconhecer quando as coisas não correm bem”, sublinhou.
Segundo explicou, a decisão de se manter no cargo até ao ato eleitoral foi tomada “a pedido interno, para não complicar o processo eleitoral”. Contudo, após a votação, considerou inevitável a saída: “Agora, quem vier terá liberdade para conduzir o partido da forma que achar melhor”.
Durante a conversa, o dirigente mostrou-se crítico em relação à forma como a coligação foi conduzida, lamentando que o CDS “não tenha tido o protagonismo e a capacidade de intervenção desejada nas freguesias e no concelho”. Reforçou, ainda, a importância de uma comunicação mais assertiva com os eleitores: “Os políticos às vezes esquecem-se de que as vitórias e as derrotas são sempre dos eleitores. O nosso papel é transmitir confiança e credibilidade.”
A demissão será formalizada nos próximos dias e abrirá caminho à convocação de novas eleições internas no CDS concelhio. “Os partidos ficam, nós passamos”, concluiu o dirigente, numa nota de despedida marcada por serenidade e sentido de responsabilidade política.