21 Oct 2024
Revista missionária com cem anos de publicação ininterrupta
No passado dia 15 de agosto, a revista ‘Boa Nova’ assinalou o seu centenário. Inicialmente intitulada como ‘Missionário Católico’, a revista soube adaptar-se às mudanças do tempo. No dia 12 deste mês, centenas de pessoas juntaram-se nas instalações da Oliva, em São João da Madeira, para cantar os parabéns e celebrar o centenário. No dia anterior, o padre Rui Ferreira, atual diretor da revista, esteve nos estúdios da Azeméis TV/FM e falou sobre uma revista centenária que chega a vários países espalhados pelo mundo.
100 anos em missão
“100 anos em missão, de boa nova, de muitas vidas dadas de homens e mulheres, não só padres ou religiosos mas também leigos, cada vez mais, que partiram e partem para estar junto de quem mais precisa. Esta revista, ao longo destes 100 anos, tem buscado ser precisamente esse testemunho, dar a conhecer o bom e o belo da missão que os missionários fazem pelo mundo fora por quem mais precisa e também a ajudar as pessoas de cá a associarem-se a esta obra porque ao receber a boa nova, estão a entrar em missão e ajudar os missionários e quem mais precisa”.
O grande objetivo da revista
“É dar a conhecer precisamente o trabalho benemérito de tantos homens e mulheres, particularmente os missionários, missionários da Boa Nova e de outros missionários portugueses e da lusofonia, mas também de forma mais abrangente,o trabalho de homens e mulheres de todas as latitudes e longitudes que espalhados pelo mundo dão a vida”.
Centenário assinalado em agosto
“Seria mais natural ser durante o mês de outubro, este mês que estamos a viver para toda a igreja católica universal é o mês missionário, porém os fundadores acharam por bem colocar a publicação, o então ‘Missionário Católico’, sobre a proteção de Maria, mãe de Jesus, na Festa da Ascensão que é a grande festa de 15 de agosto e também porque o então fundador da revista e diretor do Colégio das Missões, D. Teotónio Vieira de Castro, cumpria precisamente nessa data 25 anos de bispo missionário na Índia”.
‘Missionário católico’ foi o primeiro nome da revista
“Somos frutos da nossa época, do contexto. Na época Portugal não era apenas o território que hoje conhecemos, existia ainda o chamado padroado português que vinha já do século 16, do tempo da expansão marítima e da evangelização. Para além dos territórios ditos ultramarinos de África, havia algumas dioceses na Índia, Timor e Macau. Missionário católico era aquele, que ia como católico anunciar Cristo, para fundar a igreja e daí esse nome que é um nome que podemos compreender com nome da época”.
A mudança para revista ‘Boa Nova’
“Foi precisamente o padre Artur de Matos que teve um peso neste nome. No final da década de 60 o contexto já era diferente, de grande abertura e esperança para a igreja católica. O padre, que fazia parte da redação, em 1968 sugeriu aos leitores que votassem sobre dois novos nomes: ‘Mundo Novo’ ou ‘Boa Nova’.”
Missionários da Boa Nova receberam condecoração Ordem de Mérito
“A condecoração que o professor Marcelo Rebelo de Sousa , nosso Presidente da República, concedeu à Sociedade Missionária Boa Nova foi atribuída numa audiência por ocasião dos 100 anos da nossa revista. Foi para nós motivo de júbilo, alegria, não íamos à espera de tal, foi uma surpresa que o presidente nos fez naquela audiência, com muita espontaneidade. É um reconhecimento por um trabalho de muitos homens e mulheres, não só os padres e irmãos, mas muita gente ligada a nós. Os missionários e missionárias partem muitas vezes arriscando a própria vida, passando por guerras,fomes, doenças, privações para estarem ao lado de um povo”.
A aposta no digital
“Creio que há o toque afetivo e algo que o toque do papel não dispensa, mas sem dúvida que temos de apostar no digital, aliás é uma aposta da própria igreja e em que nós missionários da Boa Nova estamos atrasados. A sociedade missionária para sobreviver tem que se fazer presente e ter pessoas preparadas para evangelizar essas novas fronteiras da missão, que é o mundo digital”.