20 Jul 2022
As alterações climáticas estão aí.
A subida da temperatura e todos os efeitos em cadeia que se começam a fazer sentir são uma realidade. Uma realidade que já afeta o sul global há muito, mas que nós insistimos em ignorar. A emergência climática é a luta das nossas vidas e os responsáveis políticos continuam a assobiar para o lado.
As populações não estão preparadas para enfrentar o que se apresenta de hoje em diante, tanto por capacidade humana, como pelos efeitos devastadores que todos os ecossistemas começam a sofrer.
Os incêndios que têm afetado Portugal refletem também uma tendência crescente e demolidora. Em mais um momento de descredibilização da realidade, António Costa colocou a mão humana como a maior ameaça nos fogos florestais. Esta postura, que desvia as atenções daquilo que precisa de ser feito, encontra muitos seguidores nossos vizinhos. A propósito, a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis demorou-se na aprovação do Plano Operacional Municipal de Combate aos Incêndios. É uma lógica simples: se a lei permite, os nossos responsáveis adiam.
É urgente preservar e agir de forma mais contundente na gestão das nossas florestas, onde impera o negócio e a monocultura que nos enfraquece os solos, num negócio que põe o lucro acima da nossa floresta. Mas a preservação não se esgota em algumas entidades políticas, numa lógica que leva os gestores autárquicos a sacudirem o problema pela inércia. Cabe a estes a limpeza das suas próprias florestas e a fiscalização das restantes, deveras essencial num país onde 84,2% da área florestal é propriedade privada.
Enquanto os acordos internacionais pelo clima são demasiado curtos e ineficazes, cabe-nos exigir que os nossos responsáveis saibam antecipar as necessidades e zelar por um mundo que é de todos. E que sejam uma voz ativa e representativa da vontade da população, não uma gerência despreocupada ou em favor do lucro acima da vida.
Simão Magalhães, membro da comissão política Concelhia do BE