27 Feb 2025
Opinião Política Bloco de Esquerda
> Diogo Barbosa
Portugal é um país onde as mulheres ainda são mais pobres que os homens. Num estudo revelado esta segunda-feira pela CGTP as mulheres ainda ganham menos 18% que os homens e mais de 60% das mulheres que trabalham não chegam a levar 1000€ brutos para casa ao final do mês. Em média uma mulher leva para casa menos 300€ por mês que um homem. Quando falamos em qualificações mais elevadas este diferencial em desfavor das mulheres chega até aos 700€. A não ser o machismo e patriarcado bem presente na nossa sociedade, não há nada que justifique este números.
Os dados não se ficam por aqui. Devido a este diferencial que pesa no bolso e na vida, mais de 125 mil mulheres portuguesas têm de recorrer a um segundo emprego para equilibrar o seu orçamento familiar. Não nos podemos esquecer também dos graves aumentos que se verificaram nos mais diversos setores, com especial enfoque na habitação, muito culpa da especulação imobiliária e alienação de património a estrangeiros que não residem em Portugal, e dos aumento galopante dos bens alimentares nos últimos anos. Convém lembrar que os preços sobem mas não tornam a descer.
O maior e mais grave problema aqui reside na cada vez mais desigual distribuição da riqueza. Ora vejamos, só nos primeiros seis meses de 2024 o lucro das grandes empresas e grandes económicos foi de cerca de 32 milhões de euros por dia. Apenas um dia destes lucros daria para aumentar em 5€ o ordenado mínimo. Parece ridículo, mas estas contas são apenas referentes a um dia de lucros destas empresas. Imaginemos que estas empresas eram taxadas devidamente e esse valor redistribuído pelos trabalhadores. Iríamos, com certeza, assistir a uma melhoria da qualidade de vida das famílias portuguesas.
Este governo deve ter como missão diminuir estas assimetrias salariais baseadas na conceção completamente errada de sexo forte. A igualdade salarial é uma luta que está aí e não nos vamos esquecer dela.
Diogo Barbosa, representante do BE