Bruno Aragão *
Em democracia não é tanto o resultado que nos define, mas é, quase sempre, a forma como o encaramos. A noite de domingo foi um exemplo para todos os nós.
A enorme participação dos eleitores, contra todas as expectativas, mostrou que não há qualquer fatalismo na participação cívica e política das pessoas. Mesmo num quadro pandémico, os eleitores participaram expressivamente. Quando é preciso, como em tudo na vida, os portugueses não precisam de lições. Foi, para mim, a grande vitória da noite eleitoral: a participação e o envolvimento dos cidadãos.
Na derrota, descobrem-se os Homens. Nesta noite de domingo, duas intervenções vencidas me marcaram particularmente. A de Rui Rio que, reconhecendo a derrota, rapidamente se irritou com os jornalistas, mostrando, afinal, ser verdade o que diziam do tempo em que foi Presidente da Câmara do Porto. E a de Jerónimo de Sousa, diametralmente oposta, cuja expressão, de enorme dignidade, aqui transcrevo: “As vitórias nunca nos descansam, as derrotas nunca nos tombam”. Precisaremos todos desta frase em algum momento da nossa vida política.
Nas vitórias percebem-se os Líderes. É fácil, no entusiasmo de uma grande noite, embriagarmo-nos com os resultados. António Costa, sem deixar de ser emotivo, mostrou que a responsabilidade é uma forma de estar. Como ele próprio disse: “uma maioria absoluta não é poder absoluto”. Estou certo que os portugueses se recordarão desta frase.
Por fim, agradeço a todos os oliveirenses que, votando no Partido Socialista e confiando em António Costa e Pedro Nuno Santos, acabaram por me eleger de forma direta. Não era, de todo, o que importava nesta noite, mas sinto-me profundamente reconhecido. Foi uma enorme vitória do Partido Socialista em Oliveira de Azeméis.
Que esta vitória nunca me descanse e que o poder nunca seja absoluto.
* Presidente da Concelhia do Partido Socialista