Bruno Aragão *
Aviso! Esta crónica não é sobre política, mas podia ser. Dá-se até a coincidência de começar precisamente hoje o Verão. Os últimos dois, apesar do calor e da vontade, foram completamente atípicos e profundamente condicionados. Hoje, com restrições muito pontuais, vivemos o tempo de forma bem diferente. O que é curioso, porque somos um dos países do mundo com o número mais elevado de infeção por covid-19 e somos mesmo, neste momento, o pior da Europa.
O certo é que a nossa perceção de risco diminuiu, sobretudo pela vacinação. A oposição deixou de falar no assunto e deixou já de municipalizar a pandemia como várias vezes tentou.
Regressamos por isso à rua e, por todo o concelho, voltamos às festas, aos arraiais. A cultura anda na rua e em força. Só precisamos de escolher e participar. Certamente recordamos a politização que se tentou fazer com o Mercado à Moda Antiga e com a sua não realização, procurando com isso criar a ideia negativa de sempre. Felizmente, o tempo vai falando por si.
O 37.20 trouxe milhares de pessoas à Praça. As romarias também. O teatro ao ar livre, as festas das coletividades em várias freguesias, as semanas cultuais e os torneios desportivos também. Em cada fim-de-semana só temos mesmo que escolher.
E do que tem acontecido, não podia não referir o Encontro das Bandas de Música do concelho, decorrido no dia 10 de junho. O que aqui aconteceu não foi apenas um encontro de bandas, temos que ter muita consciência disso. 6 bandas, 6 maestros, mais de 400 músicos, interpretaram durante uma hora, sem interrupção, uma peça absolutamente única. Um sentido de modernidade assombroso que transportou a nossa filarmonia para um outro patamar. Esta peça podia ter sido interpretada pelas melhores orquestras do mundo, nas mais famosas casas de espetáculo, não tenho dúvidas. Mas foi interpretada cá. Oliveira de Azeméis é mesmo a Capital da Filarmonia.
* Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista