> Bruno Aragão
No próximo sábado será inaugurado o Centro Municipal de Proteção Civil de Oliveira de Azeméis.
Como diz o povo, “só se lembra Santa Bárbara quando troveja”. É o que tipicamente acontece com os incêndios de verão, que preocupam quando o calor aperta, apenas para dar o exemplo mais visível. Fora isso, nem sempre nos ocorre que as corporações de Bombeiros funcionam o ano todo, que todos os dias há voluntários nos quartéis, que entre intempéries, acidentes urbanos ou rurais, acidentes rodoviários, acidentes de trabalho, há um sem número de solicitações.
Na verdade, a proteção civil é uma forma de infraestrutura básica, uma rede de várias conexões que tem de funcionar para haja efetivamente proteção. Sem exageros, tal como as ausências de outras infraestruturas e de outras redes, também esta estava em 2017, do ponto de vista da autarquia, por construir. Não era só a ausência de um coordenador municipal ou de um centro operacional. Era bastante mais do que isso. Era a necessidade de protocolos operacionais, sistemas de ativação de resposta prontos e ensaiados periodicamente, articulação entre agentes, consciencialização da importância permanente destas necessidades ou a formação e sensibilização nas escolas.
A inauguração deste Centro de Municipal não é importante pelo equipamento em si. É importante pelo edifício imaterial que ajuda a construir: uma rede de conexões que tem no serviço municipal um pilar central, mas que depois se liga com as nossas importantes corporações de bombeiros, com a GNR de Oliveira de Azeméis, Cucujães e Cesar, com as juntas de freguesia, as IPSS e muitos outros parceiros.
Podermos ter um serviço efetivo de proteção civil não evitará certamente catástrofes naturais, ignições provocadas, acidentes viários ou atentados ambientais. Mas garante que, acontecendo, temos as melhores condições para lhes responder e fazer frente.
Nunca nos esqueçamos que, como outras infraestruturas, também esta, muitas vezes invisível, está a ser construída e musculada. É esse o compromisso sério e o trabalho que devemos continuar.
Bruno Aragão, Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista