14 Jan 2025
> Helena Terra
Sempre que se inicia um novo ano é natural fazer votos para o ano que se inicia e definir projetos para cumprir. É um ano que vai ser marcado por algumas novidades, muitas delas imprevisíveis.
Sou Advogada e a profissão que, convictamente, abracei e abraço vai ser marcada por algumas transformações, umas emergentes da alteração do estatuto dos advogados, outras pelas alterações da realidade em que vivemos e com a qual temos de continuar a conviver. Hoje é possível um escritório/sociedade de advogados ser multidisciplinar agregando profissionais de áreas que não a jurídica. Ainda tenho muitas dúvidas sobre a possibilidade de compatibilizar esta possibilidade com o cumprimento de um conjunto de obrigações que se mantém, e bem, de que é apenas um exemplo o dever de sigilo profissional. As grandes sociedades de advogados de Lisboa e do Porto já começam a” fazer” notícia com a entrada de novos sócios com especialidades tais como assessoria empresarial e institucional na área do compliance. A mudança é a do nome, porque um qualquer advogado que dê apoio a empresas sempre o fez e faz – digo eu. Mas um nome com a pompa que um qualquer estrangeirismo confere, dá logo um outro incremento à atividade.
Este ano realizar-se-ão eleições para as estruturas organizativas e da hierarquia da ordem dos Advogados, aqui se incluindo eleições para a delegação concelhia da ordem dos advogados de Oliveira de Azeméis. No que toca a antevisões, confesso que, apesar da necessidade de mudanças, não vejo nada de especial.
Lá para setembro ou outubro teremos eleições autárquicas, prevendo-se que numa das nossas uniões de freguesias, cada uma delas vá a eleições por si própria; falo das freguesias de Pindelo e de Nogueira do Cravo. Apesar de algum ruído que por aí andou, desnecessário e inconsequente, deixo os parabéns a todos os que lutaram para que tal fosse possível. A grande novidade e expectativa é sempre a do resultado das eleições para o executivo camarário. Aqui prevejo uma recandidatura óbvia do atual presidente, desconhecendo ainda quem serão os seus opositores/opositoras.
Nos últimos anos, muito se vai falando de candidaturas independentes à Câmara, à nossa como a outras. A realidade é por demais evidente deixando claro que, em política não há independentes. Todas as candidaturas que fomos conhecendo no nosso país e algumas delas vitoriosas, foram encabeçados por protagonistas que, por algum motivo se sentiram preteridos por outros no partido em que militavam e alguns continuam a militar. São, portanto, “independentes” com uma ou outra cor, ainda que, em altura de eleições ela surja mais ou menos desbotada. Não é por acaso que escrevo sobre isto, não obstante já o ter afirmado várias vezes e a variadíssimas pessoas. É minha intenção, sobre isto tornar público e publicado que é isto que penso sobre o assunto.
Sossegando algumas mentes inquietadas, nunca me afastei da estrutura do partido em que, desde 1993, milito. O facto de há alguns anos não desempenhar cargos na estrutura partidária concelhia deve-se ao facto de entender que é preciso dar lugar a gente nova para que os partidos operam aquilo de que tanto necessitam, a sua renovação. Certo é que nunca me declarei “reformada”, desde logo porque não posso apesar de, no ano de 2025, passar a ser sexagenária. De igual modo entendo que nenhum partido tem futuro sem aceitar e respeitar o seu passado aprendendo com ele. Sempre e quando a minha participação na atividade política funcional poder acrescentar valor, desde que isso não contenda com compromissos por mim assumidos, direi presente.
Helena Terra, Advogada