Young Fashion Footwear II encerra as portas sem aviso prévio

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Pindelo> Entregar a empresa a custo zero aos funcionários é uma possibilidade

Encerramento da YFF II, em Pindelo, deixou cerca de 80 trabalhadores sem salários desde julho e sem subsídio de férias. A empresa afirma estar disposta a entregar a unidade “a custo zero” aos funcionários. Era uma segunda-feira normal para os trabalhadores da YFF II, que esperavam regressar ao trabalho após o período de férias. Pelas 7h50 os funcionários começavam a amontoar-se no exterior da empresa: no portão, apenas um cartaz que dizia “Informamos que a empresa se encontra encerrada até novas ordens”.
José Manuel, funcionário com dois anos de casa, não esperava o encerramento das portas, mas já havia um pressentimento deste desfecho. “Esteve o mês todo sem pagar três meses. Isso era sempre uma possibilidade que podia acontecer, mas como tínhamos trabalho para entregar durante esta semana nunca pensei que ele fechasse”. 
A incerteza instalou-se de imediato, com famílias a depender exclusivamente deste rendimento para fazer face às despesas correntes. “As pessoas continuam com as contas por pagar e ele continua e ele continua sem dizer nada. Se estivesse a agir de boa fé, ele pelo menos alguma coisa dizia em concreto, não era este papel que não nos diz nada”, acrescenta José.

Advogado revela que empresa está à espera de investimento externo
Os trabalhadores receberam uma carta com todos os valores em mora, na qual se lia que por “motivos económico-financeiros”, a empresa não conseguiria liquidar os montantes em dívida dentro do prazo legal de 15 dias. Não há qualquer tipo de referência temporal de quando é que estas dividas se hão de regularizar, apenas uma referência que a administração se encontra disponível para eventuais “esclarecimentos necessários”.
O Correio de Azeméis tentou, sem sucesso, entrar em contacto com a administração. No entanto Miguel Gomes, advogado da empresa, foi citado por órgãos de comunicação social nacionais, afirmando que foi a falta de encomendas que levou ao encerramento da YFF II. A empresa está na expetativa de que surja “um investimento externo” que dê novo fôlego à fábrica, garantindo que, a concretizar-se, “serão de imediato repostos os salários em atraso". Também acrescentou a possibilidade de "entregar da empresa a custo zero aos funcionários, se estes assim entenderem. Tudo o que puder ser feito para manter a empresa em laboração, será feito".

BE avança com denúncia e CDU alerta para impacto
A situação mereceu forte crítica do Bloco de Esquerda, que considera este caso “mais um exemplo de abuso empresarial e de abandono laboral”. Palavras de Sara F. Costa, candidata do Bloco à Câmara de Oliveira de Azeméis, que denuncia ainda que a administração “desapareceu sem dar explicações”, deixando os trabalhadores numa situação de fragilidade extrema. O BE acusa também a empresa de recorrer a pressões psicológicas, de encobrir despedimentos e de permitir episódios de assédio laboral. Para os bloquistas, trata-se de um “padrão de práticas inaceitáveis”, que não pode passar impune.
O partido anunciou que vai avançar com uma denúncia formal à Autoridade para as Condições do Trabalho e ao Ministério Público, exigindo igualmente uma resposta urgente do Governo para garantir os salários em atraso e proteger os postos de trabalho. 
“O Estado não pode continuar a permitir que empresas fechem portas como se nada fosse, deixando dezenas de famílias sem salário, sem apoio e sem dignidade. Estamos a falar de crimes sociais com impacto local direto e exigimos responsabilidade de quem manda — mesmo que não esteja no papel”, acrescenta Sara F. Costa
Já a CDU, em nota mais breve, alerta para as consequências sociais do encerramento e defende a necessidade de intervenção imediata da Câmara Municipal, pedindo apoio às famílias afetadas e um acompanhamento próximo da situação.
Sem investidores à vista e sem solução à vista para a reabertura, os trabalhadores aguardam por desenvolvimentos. Entre protestos e reuniões improvisadas, repetem a exigência de uma resposta rápida que garanta salários e futuro para as suas famílias.
 

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