28 Mar 2025
Domingos Pinto, CEO da Simoldes Plastics, destacou o trabalho que tem sido feito pela empresa para tornar a indústria mais sustentável.
> Domingos Pinto, CEO da Simoldes Plastics
Com uma forte ligação à produção de peças para a indústria dos automóveis, a Simoldes Plastics é uma das maiores empresas do setor, com presença em vários países.
Considerada como uma indústria poluidora, Domingos Pinto, CEO da Simoldes Plastics, não concorda com essas afirmações, referindo que “a sociedade de consumo, obviamente, tem implicações para o meio ambiente, mas não é a indústria dos plásticos em si. É verdade que a indústria dos plásticos tem uma certa exposição por algumas questões que não são relacionadas até com a realidade, mas a indústria [no geral], por si, não se pode colocar fora do problema. Há aqui questões, começando pelas questões de edcação, formação”, dando exemplos de ações da sociedade que prejudicam o meio ambiente. “Por exemplo, vê-se na rua, as pessoas vão e atiram coisas para o chão, para fora do carro”, exemplificou Domingos Pinto.
O que está a fazer a Simoldes Plastics para uma indústria mais sustentável?
São várias as ações que a Simoldes Plastics tem levado a cabo no sentido de tornar a indústria dos plásticos mais amiga do ambiente. Desde uso de energia através de sistemas fotovoltaicos e compra de energia 100% verde, passando por ações de formação e sensibilização junto dos seus colaboradores, a Simoldes Plastics está motivada em apostar num futuro com mais qualidade.
“A Simoldes durante os últimos tempos tem instalado em todas as fábricas que tem em Portugal, sistemas fotovoltaicos que reduzem a sua dependência de fontes de energia. Depois temos também muitas ações de formação e sensibilização junto dos nossos colaboradores, sobre o que é a separação de lixo, a separação de resíduos”, começou por referir o CEO da Simoldes Plastics, acrescentando que “é uma questão de nos educarmos a todos. Ninguém se pode excluir disto”.
Outra das ações que a Simoldes Plastics tem feito, passa pela criação do chamado friendly design, desenvolvendo plásticos que “não obriguem a levar pinturas, vernizes, tratamentos, e propor estas soluções aos fabricantes de carro”. Esta medida faz com que “não haja tanta necessidade de explorar novamente o planeta Terra”, com o CEO da Simoldes Plastics, Domingos Pinto, a acreditar que “vai ter impacto. Obviamente não é um impacto imediato, vai demorar o seu tempo, mas achamos que este é o caminho certo”.
QR Code com pegada carbónica do automóvel
A Simoldes Plástico encontra-se neste momento a participar em tecnologias que irão revolucionar a forma como vemos o mundo. Uma dessas tecnologias, mais focada na área da sustentabilidade, é um projeto que, através da leitura de um QR Code, permitirá ao consumidor final saber qual foi a pegada carbónica do automóvel que pretende adquirir, sendo para o CEO da Simoldes Plastics, um fator que “no futuro vai ser um fator de decisão na compra final de um veículo”.
“Nós já participamos, não digo em tudo, mas numa parte delas [tecnologias inovadoras na área da sustentabilidade], em que vai ser possível ao cliente final, com o veículo A e com o veículo B, dizer assim: a pegada carbónica deste veículo é X. Por isso é que hoje em dia se fala que os fabricantes dos carros vão pagar multas à comunidade europeia se ultrapassarem limites da pegada carbónica. Um cliente final vai ter um carro, com o mesmo preço e o mesmo patamar de qualidade, mas com uma pegada carbónica menor. No futuro vai ser um fator de decisão na compra final de um veículo. Atualmente, diria que não é muito visível ainda, mas vai acontecer isto”, explicou Domingos Pinto.
Esta mudança de paradigma irá também afetar a indústria, conforme evidenciou o CEO da Simoldes Plastics. “O que vai acontecer é que há uma mudança tecnológica também na indústria. Tudo isto passa por sistemas que estão a ser desenhados e cada peça que sai da Simoldes, somos obrigados a informar [a pegada carbónica da peça]. É depois a soma de todas as peças que compõem um veículo que vai dar a pegada carbónica do veículo e que nos diz se estamos ou não no caminho certo”, afirmou o CEO.
Indústria dos plásticos “à frente nas medidas” mais amigas do ambiente
Atualmente são várias as regras e medidas aplicadas ao setor industrial, nomeadamente à indústria dos plásticos, que “de uma forma geral, vem desmontar, esta perceção do utilizador final, de que há uma indústria poluidora. Toda a indústria do plástico, desde a indústria da embalagem, à própria indústria automóvel, de uma forma geral tem um conjunto de regras que tendencialmente vão penalizar, obviamente, quem não cumprir com as mesmas”. Desde a utilização de energia verde a equipamentos mais eficientes energeticamente, o CEO da Simoldes Plastics, Domingos Pinto, acredita que “a soma disto tudo vai levar a um resultado com muito menos impacto no meio ambiente”, acrescentando que “a indústria dos plásticos está muito à frente até na questão de tomada de medidas que levem a que o impacto no meio ambiente seja mais reduzido”.
Comunidades energéticas e uso dos “desperdícios da sociedade”
A Simoldes Plástico valoriza bastante a produção da sua própria energia, nomeadamente através de painéis fotovoltaicos, no entanto, a empresa quer ainda mais, estando neste momento a “desenvolver contatos no sentido de criar comunidades energéticas”.
Uma comunidade energética pode-se definir como uma associação de indivíduos, empresas ou associações que se liguem para produzir, consumir e partilhar a energia renovável gerada.
“Na realidade a energia que nós não consumimos podemos doá-la a entidades, como lares ou bombeiros, criando comunidades energéticas. Também é uma forma de contribuir. Queremos fazer, mas há questões burocráticas que ainda não nos permitem”, explicou o CEO da Simoldes Plastics, Domingos Pinto.
Além das comunidades energéticas, outro dos objetivos da Simoldes Plastics, passa por utilizar na produção “matérias-primas que são neste momento consideradas desperdícios da sociedade”, como por exemplo, os tecidos.
Neutralidade carbónica é o objetivo
Com uma taxa de reintegração de praticamente 100% do material que é rejeitado na linha de produção, a Simoldes Plastics está focada no objetivo de obter a neutralidade carbónica. “O material é reintegrado e até na maior parte dos casos de uma forma já muito automatizada. É reintegrado e nem sequer chega a sair das instalações das Simoldes”, começou por referir o CEO da Simoldes Plastics, acrescentando que o caminho para uma pegada carbónica zero “não é um caminho fácil, não é rápido, mas aquilo que nós queremos fazer é todos os anos estar um pouquinho mais perto dessa neutralidade carbónica”.
Fazer plástico com a casca de arroz
Um dos projetos que a Simoldes Plastics se encontra a trabalhar, passa por, em associação com a indústria do arroz, dar utilidade à casca de arroz, visto como um desperdício na indústria. “Nós estamos a tentar criar uma matéria-prima, através da casca do arroz, que é um desperdício, para misturar com o plástico, ou seja, em vez de utilizarmos 100% plástico, se misturarmos 10% deste desperdício, vai também reduzir a necessidade de utilizar uma matéria-prima como o plástico”, explicou o CEO da Simoldes Plastics, Domingos Pinto.
A Simoldes Plástico encontra-se neste momento a participar em tecnologias que irão revolucionar a forma como vemos o mundo.
Com uma taxa de reintegração de praticamente 100% do material que é rejeitado na linha de produção, a Simoldes Plastics está focada no objetivo de obter a neutralidade carbónica.
O setor automóvel é a principal indústria para qual a Simoldes Plastics produz.
A Simoldes Plástico encontra-se neste momento a participar em tecnologias que irão revolucionar a forma como vemos o mundo.
Outro dos objetivos da Simoldes Plastics, passa por utilizar na produção “matérias-primas que são neste momento consideradas desperdícios da sociedade”.
“[Comunidades energéticas] Queremos fazer, mas há questões burocráticas que ainda não nos permitem”
“É verdade que a indústria dos plásticos tem uma certa exposição por algumas questões que não são relacionadas até com a realidade, mas a indústria [no geral], por si, não se pode colocar fora do problema.”
“Há uma mudança tecnológica também na indústria. Tudo passa por sistemas que estão a ser desenhados e cada peça que sai da Simoldes, somos obrigados a informar [a pegada carbónica]. É depois a soma de todas as peças do veículo que vai dar a sua pegada carbónica e que nos diz se estamos ou não no caminho certo”
destaques destaques destaques destaques destaques