A propósito do Parque Urbano/Centro Interpretativo Ambiental de Oliveira de Azeméis

Ana Isabel da Costa e Silva

Ana Isabel da Costa e Silva *

A ‘sala de visitas de Oliveira de Azeméis’ – o Parque da La-Salette – é um dos locais mais procurados pelos oliveirenses, muito conhecido na região, com ‘cada vez mais projeção nos roteiros nacionais e internacionais’.

O Parque da La-Salette, localizado a uma cota alta relativamente à cidade, garante uma visibilidade única para os territórios envolventes. No entanto, a construção de edifícios foi sendo permitida, não acautelando a melhoria do espaço público e, muito menos, uma possível expansão do Parque. 

Não se reconhece investimento no que diz respeito a estacionamento capaz de dar resposta a uma forte afluência que ocorre em dias de descanso e, muito menos, em dias de festa. Não se reconhece investimento relativamente a passeios que poderiam potenciar uma visita a pé; não se reconhece investimento no que diz respeito à disciplina de percursos e velocidades para automóveis, garantido, sempre, a prioridade dos peões. 

Estas considerações vêm a propósito da notícia sobre o arranque da construção do Parque Urbano/Centro Interpretativo Ambiental de Oliveira de Azeméis, da autoria dos Adquadratum Arquitetos. Localizado na parte sul da cidade, na outrora Quinta dos Borges, o Parque Urbano proporcionará espaços de lazer a uma parte da cidade onde se verifica um forte investimento privado, sobretudo em habitações unifamiliares. 

No entanto, observa-se o esquecimento de intervenções prioritárias que poderiam, inclusivamente, reforçar o sucesso daquele investimento. Atribuiria, justamente, carácter de urgência, por exemplo, à intervenção no espaço público da cidade entre os dois parques da cidade, o Parque da La-Salette e o Parque Urbano. 

O valor que o executivo irá dispor para a construção do Parque Urbano, lembrando que ultrapassa, em muito, o valor inicial estimado, possibilitaria uma intervenção integrada nos espaços de mobilidade, no centro da cidade, que melhoraria muito a qualidade de vida de quem os utiliza.

Em Oliveira de Azeméis, o desenho dos passeios e a sua materialidade propõem tal diversidade que mais parece um catálogo de passeios ao dispor. Não há uma estratégia. Como também não há o cuidado em acautelar a existência de passeios, quando decorrem obras particulares, como acontece em muitos arruamentos pela cidade, nomeadamente na Rua Francisco Abreu e Sousa. 

Com esta postura promove-se, ainda que indiretamente, a utilização automóvel em detrimento da mobilidade suave...e esquece-se a sustentabilidade...
 
 * Arquiteta de Oliveira de Azeméis, Ph.D., Master Architect. 
13 de fevereiro de 2023 
anadacostaesilva@correiodeazemeis.pt 

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