A Turma da Bola requalificou sede

A história da matança
“Não sei com algum rigor há quanto tempo se realiza este evento, mas arriscaria que seguramente há mais 15 anos, se realiza a matança tradicional do porco, que era a festa de todas as famílias no mês de novembro. Tentamos a cada ano recriar esse tipo de matança e toda a sua envolvência, que era parar o sangue, cozer o sangue, tirar o fígado, fatiá-lo, pôr-lhe alho, juntar com o sangue e fazer o dito sarrabulho. O prato principal era sempre o rojão, que era o abono de família dessas famílias mais necessitadas. Todas as famílias, fosse qual fosse o estatuto social, tinham, inevitavelmente, em todos os anos, a matança do porco”, afirma Santiago Martins.
Durante alguns anos a matança foi realizada na sede da associação. “Enquanto nos foi permitido, fizemos sempre a matança do porco na associação. Chegámos a ter os porcos pendurados numa árvore, logo a seguir à matança, Hoje já não pode ser assim. Hoje temos de, inevitavelmente, levar o porco, os porcos, ao matadouro É lá que eles são mortos, com processos que  a lei exige e depois é que vêm para lá e nós fazemos o resto”, acrescenta,

Casa cheia 
A Turma da Bola tem nova direção desde julho, liderada por Rui Matias. O plano de atividades para 2026  ainda não está completamente delineada. Pode haver “duas ou três novidades”, mas o dia de matança do porco e a noite de fados tem lugar permanente: “vamos manter, com certeza, tudo aquilo que fizemos nos anos anteriores, com o mesmo empenho, com a mesma dedicação”, afirma o presidente da direção. 
A Noite de Fados também ganhou tradição. Surgiu de uma forma normal. Uma vez que os “artistas” participavam na matança do porco por natureza, fazia sentido que a festa continuasse à noite. Foi assim que tudo começou… e que continua. 
Esta é uma atividade que, segundo a organização, é esperada com “alguma ansiedade” pela comunidade e que atrai vários forasteiros. A uma semana da realização do evento a casa já estava praticamente cheia. 

Obras requalificação
Nos últimos meses a sede da associação da Turma da Bola sofreu uma enorme obra de reestruturação e melhoramentos dos espaços. “Nos últimos anos tivemos algumas dificuldades logísticas. Não tínhamos os espaços apropriados para o tipo de eventos que fazíamos. Queríamos melhorar as condições de trabalho. Fizemos uma cozinha nova. uma cozinha muito engraçada, não é uma cozinha industrial, mas quase. E fizemos o que nós chamamos de uma garagem, que não deixa de ser um armazém de arrumos para algumas coisas que nós não usamos no dia-a-dia, entre outras coisas”, resume Rui Matias.