20 Sep 2022
Eduardo Costa *
Recorreram ao hospital, tiveram alta clínica mas lá continuam. Sem que haja um motivo de saúde que justifique a sua permanência. A situação contribui para o aumento dos tempos de espera para internamentos programados. Consequentemente, ajuda à degradação dos cuidados de saúde prestados à população.
A maioria tem mais de 65 anos (80%) e aguardam solução. Uma resposta social que os acolha. Na falta de capacidade das famílias de intervir.
São cerca de mil camas dos hospitais que estão nestes chamados ‘internamentos sociais’. Situação que reduz a disponibilidade de camas para quem de facto precisa.
Se o problema pode ser apontado pela falta de resposta de Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, é a falta de capacidade da Estrutura Residencial Para Idosos a grande responsável pelos ‘internamentos sociais’.
Os hospitais não devem nem podem substituir-se aos chamados “lares de idosos” ou outras soluções que têm que existir por parte dos programas sociais.
Há que investir mais em centros de acolhimento de idosos. A famosa bazuca europeia (PRR) prevê verbas substanciais para atender a este problema. É uma oportunidade para resolver um problema antigo.
Esperemos que na prática sejam criadas condições em centros e outras estruturas sociais para acolher os idosos que ocupam as escassas vagas dos hospitais, por não terem onde se alojar.
* Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional