31 Jan 2022
Eduardo Costa *
Quantos eleitores quando olham para o boletim de voto ainda estão indecisos? Muitos. Talvez por isso as sondagens valem o que valem. São projeções. Cada vez mais se sente isso. Na hora de colocar a cruz muitos alteraram a decisão que tinham um ou dois dias antes.
Não estou a justificar as sondagens pelas falhas que as suas projeções vão revelando. A ciência das sondagens segue modelos credíveis. Mas, não consegue fazer melhor com um número tão alto de indecisos e de todos aqueles que desde o caminho de casa até ao local onde votam alteram a sua decisão.
Este tema é tão mais importante quanto parece claro que, nestas legislativas, o discurso e a postura de cada líder partidário foi-se adaptando diariamente ao resultado das sondagens. Foi muito comentada esta atitude de adaptação das campanhas.
Lá diz o sábio povo que ‘até ao lavar dos cestos é vindima’. Ou outra muito usada também, que diz que ‘prognósticos só no fim do jogo’.
Uma nota sobre o crescimento da percentagem de votantes nestas eleições. Defendem alguns que também pode ficar a dever-se à maior opção de escolha que há atualmente com um maior número de partidos representados na Assembleia da República. Dos “habituais” seis partidos representados no Parlamento (1995, 1999, 2002, 2005, 2009 e 2011), em 2015 foram sete os partidos que elegeram deputados. Em 2019 foi de dez o número de partidos representados. Do resultado destas eleições, serão nove os partidos que terão deputados no novo Parlamento.
* jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional