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Correio de Azeméis

13 May 2024

As vias da nossa terra

Albino Pinho

Albino Pinho *

Com mais de metade das vias da freguesia metida em trabalhos necessários, mas muito demorados, e terrívelmente  incómodos, veio-me à memória as vias cá da terra de outros tempos. Recuemos aos anos 60 e 70 do século passado, quando o troço da N327 que nos atravessa no sentido poente nascente, ainda nem sequer tinha a totalidade daquela fina camada de alcatrão, derretido numa caldeira a lenha, tipo locomotiva manual, e pulverizado de magueira de pressão para cima do cascalho que o cilindro aplanou e comprimiu, para o segurar no seu devido lugar.

O tráfico na época também não era muito famoso. Umas dezenas de viaturas na freguesia, a carreira da Rodoviária do Caima, que tinha fim de linha em Fajões, mais alguns camiões, que vindos mais do litoral procuravam nas pedreiras do vizinho concelho de Arouca a boa pedra para as suas obras. No regresso, já mais pesados e vagarosos, sempre que a ocasião se apresentava a criançada mais agitada aproveitava para fazer o pendura clandestino nas trazeiras de algumas durante centenas de metros.

O resto eram algumas bicicletas, e poucas motorizadas ou motos. A maioria rompia sola, por caminhos, veredas e muitos carreiros de atalho, e quantas vezes para distâncias consideráveis, como foi o caso de muitos dos nossos operários, comigo incluído, para irem ganhar o seu pão. Apesar de todas as crises e criticas, no últimos decénios houve uma revolução nos meios de locomoção. Hoje rara é a família que não possuí um automovél, ou até mais. Resultado disso, aliado ao abandono quase completo da nossa agricultura de subsistência, muitos  dos caminhos, veredas,  carreiros, e atalhos que serviram gerações entraram em completo abandono.

Desconheço se a autarquia atempadamente fez algum levantamento para memória futura, e salvaguardou legalmente esse património que é de todos, ou, por exemplo, se a maioria dos ditos carreiros, tão importantes n’outrora para incurtar distâncias desapareceram completamente de qualquer cadastro. Como nas freguesias da região, a maioria das vias internas de Fajões, foram na sua génese feitas para carros de tração animal. Com a chegada do automóvel e do alcatrão, lá se foi alargando aqui e acolá, num processo nem sempre pacifíco entre as partes interessadas.

No entanto ainda faltam ligar, de forma condigna, alguns bocados, na minha opinião de muita importância, como foram os carreiros para os viandantes noutros tempos, para incurtar distâncias, e cito só alguns que conheço. Caminho da Lavoura à Rua das Póvoas. Caminho  do Calvário até ao adro. Rua Prof. Francisco Xavier Dias de Pinho à travessa do mesmo nome. Este último com uns escassos 200m aprox. muito importantes para descongestionamento e escoamento do tráfico de uma unidade fabril do local, o que iria beneficiar também a maioria do moradores da zona. Por fim a Rua do Antuã, à travessa do mesmo nome, e por conseguinte a toda a Zona Industrial de Fajões, Cesar e Carregosa. 

 * Leitor, de Fajões, do Correio de Azeméis

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