Augusto Moreira quer nova centralidade para Cesar
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Ao longo dos quatro anos do mandato do executivo da Junta de Freguesia de Cesar, a rede viária foi e continua a ser uma grande preocupação do presidente da vila, Augusto Moreira. A par da mobilidade dos cesarenses, a questão da centralidade também é um pormenor que inquieta o presidente da autarquia, que tem em mãos vários projetos como a Casa do Monte, a Casa da Ruralidade das Terras de Azeméis e a Casa da Gastronomia das Terras do Nordeste de Azeméis.
O setor das vias e do seu recondicionamento, de forma a devolver os passeios às pessoas, foi um dos projetos que o executivo da Junta de Freguesia de Cesar decidiu apostar fortemente. Com um investimento de cerca de 90 mil euros, várias ruas da freguesia foram requalificadas a pensar na saúde e segurança dos cesarenses. “Temos uma série de ruas que irão colocar Cesar, em relação a outras freguesias, num patamar elevado”, afirmou Augusto Moreira, em declarações à Azeméis FM/TV. “Claro que haverá sempre algo a fazer mas, com as obras que estão programadas e aquelas que vão estar em andamento no orçamento municipal de 2021, pelo menos a empreitada começa ou fica em estágio avançado”, apontou.
Executivo quer dar uma nova centralidade à vila
Desde 2013 que o executivo se comprometeu com os cesarenses a dar uma nova centralidade à freguesia, começando por dar vida, por exemplo, à Casa do Monte. No início, parte do terreno foi comprado por anteriores executivos e os 28 por cento que faltavam foram adquiridos pelo atual, com o apoio do município. Agora, todo o terreno pertence à Junta de Freguesia de Cesar. “Nesse espaço, temos a casa principal com mais de 100 anos [Casa do Monte]. Temos de ver ainda o que lhe podemos fazer”, declarou Augusto Moreira, explicando que a candidatura a fundos comunitários só foi possível no último ano. “Em princípio, haverá condições para em 2021 entrar em obras”, previu.
O edifício da antiga padaria, situada no terreno da Casa do Monte, também foi um dos projetos aprovados a fundos comunitários no valor de 200 mil euros, nos quais 157 mil serão comparticipados. Sob a designação de Casa da Gastronomia das Terras do Nordeste de Azeméis, Augusto Moreira explicou que a antiga padaria fazia abastecimento de pão no tempo da II Guerra Mundial e que, dado os seus 100 anos de existência, existe “um valor cultural e sentimental para a vila”. Outro dos projetos aprovados foi a Casa da Ruralidade das Terras de Azeméis, onde a recriação do ciclo do milho poderá ser uma hipótese. “Temos uma família cesarense que nos doou uma série de alfaias com dezenas de anos e este espaço seria o ideal para a sua exposição”, descreveu, comentando que os mais jovens teriam mais facilmente acesso a esta tradição cultural. “Este projeto também já foi aprovado. Cerca de 90 mil euros, sendo que o apoio comunitário tem o limite de 200 mil euros… O resto é connosco com o apoio da Câmara”, afirmou.
Naquele mesmo local, há algo que o autarca gostaria também de implementar no início de 2021: um parque de lazer e um circuito de manutenção com cerca de 800 metros. “Um pequeno percurso pedestre com cerca de três quilómetros e com ligações ao Largo da Feira e à igreja, por caminhos secundários e bem sinalizados”, expôs, adiantando também que será possível existir 12 lotes nessa área mas apenas quando for proveitoso para a freguesia em termos de valorização do terreno.
“Farei sempre parte de uma solução para Cesar”
Para Augusto Moreira, a opção de se recandidatar à Junta de Freguesia de Cesar é uma pergunta “difícil de responder”. “Farei sempre parte de uma solução para Cesar no sentido em que a lista independente perdure”, respondeu o presidente, cauteloso. “Se for importante que eu continue a viabilizar uma lista dos independentes, estarei disponível mas, neste momento, não estou a pensar nisso nem há ainda nenhum movimento nesse sentido”, acrescentou, reforçando que, independentemente do que possa acontecer, estará sempre disponível para a freguesia de Cesar.
“Infelizmente, não temos hipótese de ajudar os comerciantes”
O tecido empresarial de Cesar já viu melhores tempos por causa da pandemia, mas a Junta de Freguesia tem consciência de que o comércio “terá mais dificuldades” em sobreviver. “Os rendimentos foram afetados, mas, infelizmente, não temos hipótese de ajudar os comerciantes”, explicou Augusto Moreira. “Aquilo que fazemos caso tenham problemas, no caso das pessoas que sobrevivem com os rendimentos desses negócios, é que temos sempre uma porta aberta no Gabinete Psicossocial da Junta para falarem connosco e, na medida do possível, ajudamos”, descreveu, uma vez que o têm feito, de forma pontual, com a entrega de alimentos a famílias carenciadas. “O apoio mais consolidado é o da Comissão Social da Freguesia”, referiu.
“Se alguma coletividade nos pedir apoio, tentaremos sempre ajudá-la”
As coletividades cesarenses, que tanto enriquecem a freguesia com os seus eventos e atividades, também sentem o peso das restrições provocadas pela Covid-19. “A nível desportivo, até porque não há campeonatos, não existem receitas nem públicos nos jogos. Durante muito tempo, as receitas da Casa do Povo estavam relacionadas com a prática desportiva e, com esta perda, as receitas não se fazem”, exemplificou Augusto Moreira. “A própria Junta de Freguesia tem as suas dificuldades, ainda para mais com a falta das receitas da Feira dos 18, que também nos cria problemas”, explicou, mas com a esperança que a situação financeira ficará “equilibrada” no final do ano de 2020. “No entanto, se alguma coletividade nos pedir apoio, tentaremos sempre ajudá-la de alguma maneira”, assegurou.
Cesar dá “resposta a um conjunto de necessidades”
Desde o tecido industrial até ao comércio desenvolvido, Cesar tem um pouco de tudo e o executivo considera que a freguesia “está bem servida”. Estruturas como a Unidade de Saúde Familiar, o Espaço Cidadão, o pavilhão, as escolas, os correios e a Comissão Social da Freguesia permitem que a vila dê “resposta a um conjunto de necessidades” dos cesarenses. “O abastecimento de água na freguesia está a 100 por cento, o saneamento a cerca de 80 por cento e tivemos um aumento significativo de alunos”, exemplificou Augusto Moreira. “Já não temos tantos bancos, mas estamos a fazer um esforço para até ao final do ano colocarmos mais duas caixas Multibanco em Cesar”, apontou.
Em tempo de pandemia, o presidente da Junta voltou a realçar o trabalho das empresas que colaboram com a autarquia com alimentos ou bens essenciais para aqueles que mais precisam. Outra das lutas da Junta de Freguesia diz respeito à requalificação do posto da GNR de Cesar, em que, numa primeira fase, o executivo conseguiu que os presidentes das Juntas das oito freguesias e dos presidentes dos municípios de Arouca e Oliveira de Azeméis aliassem esforços para levar a obra avante. “Houve uma altura em que a GNR não tinha carro e os cesarenses uniram-se para oferecer a viatura”, recordou s, orgulhoso. “Apesar de tudo, é uma luta constante. Conseguimos mover influências, mas só estaremos descansados quando virmos a obra no terreno”, considerou.
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