Banda mantém-se firme na missão de formar jovens
Cucujães
Freguesias
A pandemia, para a Sociedade Filarmónica Cucujanense, foi um “balde de água gelada”. Habituada a viver meses intensos de atividade, a banda viu-se obrigada a parar até maio, altura em que começou, gradualmente, a regressar ao ativo. Os ensaios da escola de música e da banda (por naipes) decorrem, sobretudo, online, mas há aulas que já se realizam na sede da filarmónica com um número reduzido de músicos e com todas as condições de segurança asseguradas. “O aluno, se não vem à banda, se não pratica, vai começar a encostar o instrumento e isso desmotiva. Neste momento todo o trabalho que estamos a fazer é de manutenção, para que eles não percam o hábito do instrumento”, refletiu o presidente, Martinho Gomes, no programa As Nossas Coletividades da Azeméis FM/TV.
2020 seria o ano de festejar, em grande, o 20.º aniversário desde que a banda, fundada em 1891, renasceu. Para já, as comemorações estão suspensas e a indefinição que a pandemia traz em relação a atividades futuras torna difícil fazer grandes planos. “É um dia de cada vez, vamos ver se 2021 começa em força. Não sei o que vai acontecer com o dia 01 de novembro, dos fiéis defuntos. Gostaria que a banda pudesse fazer a homenagem que sempre faz a todos os falecidos que estão no cemitério de Cucujães. É uma homenagem que a banda faz sempre, juntamente com a Irmandade da Nossa Senhora do Rosário, responsável pelas almas”, explica Martinho Gomes.
As festas de Santa Luzia, a 13 de dezembro, são outro marco no calendário da banda que, para já, permanecem uma incógnita, e um projeto em parceria com o Museu Regional de Cucujães, que se deveria ter realizado entre abril e maio, também “ficou em águas de bacalhau”.
Com “pensamento positivo”, a banda continua “a dar passos conforme as pernas”, mas Martinho Gomes antevê que possam advir dificuldades se a pandemia se prolongar no tempo. Por isso, pede apoios para que a banda continue a desempenhar a sua nobre missão. “Faço um apelo para que olhem pela cultura, que olhem por nós, pelas bandas. O trabalho que fazemos é para os outros, estamos a substituir o Estado e as escolas na formação de pessoas, de jovens e de crianças. Se nos puderem ajudar, estamos cá para receber toda a ajuda que nos possam dar”, apela.
Associação de Pais faz com que banda “respire saúde”
Apesar de ser um “momento difícil e desmotivante”, Martinho Gomes tem a certeza de que as seis bandas do concelho serão capazes “de superar” as adversidades. No caso da banda cucujanense, além de lembrar músicos, maestro, sócios e amigos da banda, o presidente não esquece o papel crucial da associação de pais. “A nossa associação de pais é a mola que faz com que a nossa banda respire saúde. Quando é preciso alguma coisa, a associação de pais está presente, apoia, faz, incentiva e ajuda”, reconhece o presidente. “Aos pais e à associação se deve esta continuidade e estou convencido que, se a pandemia acalmar, vão continuar com muito mais força a ajudar-nos e a dar apoio. A banda, sem a associação de pais, fica debilitada”, resume.
Partilhar nas redes sociais