Brinquedos em madeira orgulham cucujanense
Cucujães
Freguesias
Ângelo Costa reformou-se há dois anos do ramo dos moldes e decidiu que era o momento ideal para voltar a abraçar uma paixão antiga. Desde os 14 anos que fabrica artigos em madeira e agora, mais do que nunca, a sua coleção é tão grande quanto o seu “orgulho” em ser artesão.
Esta “brincadeira”, como o artesão de Cucujães apelida, ocupa-lhe praticamente todo o tempo livre que tem desde que se reformou, há dois anos. “Acordo de manhã, penso em fazer algo e a obra nasce”, explicou o cucujanense em declarações à Azeméis TV. Com 14 anos, já produzia os seus próprios brinquedos em madeira e Ângelo Costa contou que esta paixão pode ter sido desencadeada pelo avó, que na altura fazia moldes no Centro Vidreiro em Oliveira de Azeméis. “Começa desde aí, até porque acho que foi uma herança dos meus antepassados. Comecei a despertar para esta arte e, depois, comecei a trabalhar em mobiliário. Fui apurando as técnicas”, disse.
Ângelo Costa já participou em exposições no concelho de Oliveira de Azeméis e arredores e, através do município, chegou a ir à Marinha Grande. “Faço questão de levar o nome de Oliveira de Azeméis pelos locais em que exponho os meus produtos”, declarou. “As pessoas gostam mais de ver estas peças do que comprá-las”, brincou o artesão, explicando de seguida que não é o dinheiro que o move no fabrico dos produtos (ver caixa).
A lista de artigos produzidos pelo cucujanense é extensa e, entre eles, encontram-se charretes, cadeiras, barcos, carros e fisgas. Recentemente, a dedicação de Ângelo Costa recai sobre as violas que, tal como todos os produtos a que põe mãos à obra, nasce da madeira.
“Pouco a pouco, as peças vão nascendo. Um carro pequeno, por exemplo, leva entre quatro a cinco horas a ser construído mas, se for um camião, já falamos de 25 a 30 horas de trabalho”, exemplificou, realçando que, antes de se reformar, era impossível fazer estas peças dado o pouco tempo disponível do artista. “Na altura, tinha de trabalhar para sobreviver”, justificou.
“Não é pelo dinheiro que faço isto”
O futuro do artesanato, descrito como “um negócio trabalhoso”, preocupa Ângelo Costa. “As pessoas não fazem ideia do trabalho que isto dá, até porque não podemos contabilizar as horas que perdemos à volta de uma peça… Não podemos cobrar dinheiro por todas essas horas”, entendeu. “No entanto, não é pelo dinheiro que faço isto. É pela alegria e o gosto que me dá quando o faço”, completou. Ângelo Costa lamentou, ainda, o pouco interesse demonstrado pelos jovens por esta arte antiga. “Esta paixão não é só minha, até porque se faz desde sempre”, afirmou o artesão. “Gostava que as gerações vindouras não esquecessem esta arte e que a aprendessem”, disse. Todas as peças fabricadas por Ângelo Costa têm uma gravação com as suas iniciais e o respetivo contacto e o artesão garantiu que, se acontecer algo às peças que dê para arranjar, fá-lo-á. Caso tenha interesse em adquirir um destes produtos, pode contactar o cucujanense através do 256 834 990 ou 917 055 103.
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