9 Sep 2024
A câmara municipal, deu conhecimento que Carla Alexandra exige uma vaga “em Estrutura Residencial, fora do concelho (condição imposta pela cidadã), o que depende integralmente do Instituto de Segurança Social”
Recusando insistentemente a ajuda que lhe é oferecida e negando que qualquer tipo de regras lhe sejam impostas, o Correio de Azeméis contactou, na sexta-feira passada, o presidente da União de Freguesias de Oliveira de Azeméis. Após esta questão colocado pelo Correio de Azeméis, a câmara municipal emitiu um comunicado, colocado no domingo passado no seu site, onde esclarece aquilo que está a ser feito para tentar resolver a situação.
Junta de freguesia disponível para ajudar “em tudo o que for necessário”
“É um problema complexo”, começou por referir ao Correio de Azeméis Manuel Alberto, presidente da União de Freguesias de Oliveira de Azeméis, apontando que a junta de freguesia “não tem uma área social especifica [nos serviços da junta]. O que fazemos nestes casos é contactar o município para perceber se a situação está a ser acompanhada e tentamos dar mais informações sobre o caso se as tivermos”, explicou.
Ainda de acordo com Manuel Alberto, nem a junta de freguesia, nem a câmara podem retirar a senhora daquele local, no entanto, podem “desencadear mecanismos legais e acho que isso deve ser feito, para que, legalmente, se sigam todos os passos no sentido de lhe dar um vida digna e sair desta circunstância, mas não é fácil”, argumentou o autarca, que mostrou disponibilidade da junta de freguesia para ajudar “em tudo o que for necessário” para resolver a situação e que qualquer passo que seja dado pela junta, neste caso, deverá ser articulado com o município.
O esclarecimento da câmara municipal
Entretanto, a câmara municipal emitiu um comunicado, onde esclareceu aquilo que está a ser feito para resolver a situação. Sendo que, neste momento “e, não obstante, a Santa Casa da Misericórdia continuar disponível para prestar auxílio à senhora – mediante, naturalmente, o cumprimento de regras mínimas – assim ela o aceite, continuamos a procurar uma solução para a sua vida. Essa solução passa, neste momento, pela disponibilização de uma vaga em Estrutura Residencial, fora do concelho (condição imposta pela cidadã), o que depende integralmente do Instituto de Segurança Social que, como sabemos, também enfrenta grandes dificuldades em dar resposta dado o tão reduzido número de vagas existente”, referiram.
No mesmo comunicado a autarquia explica ainda que “há vários anos, [Carla recebe] apoio e acompanhamento por parte da câmara municipal e/ou de instituições do concelho” e sofre de “dois problemas de saúde (que pela reserva da sua vida privada não divulgamos) que, quando não está devidamente medicada, têm como consequência o odor fortíssimo a urina.”
“Porque dificilmente se entende tal modo de vida como normal, a senhora já foi, com o envolvimento da Saúde Pública, sujeita a exames de avaliação de incapacidade que a deram como mentalmente capaz, motivo pelo qual não se afigura possível recorrer a um internamento compulsivo; as técnicas do município e da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis têm tido uma dedicação absolutamente irrepreensível nesta situação, mesmo quando, não raras vezes, sujeitas a agressões verbais e injúrias por parte da pessoa em questão”, pode-se ler no comunicado.