16 Dec 2024
Comerciantes consideram que programação de Natal tem vindo a melhorar
Com um mês intenso de atividades de Natal a decorrerem tanto no Parque de La Salette e no centro da cidade, o grupo Correio de Azeméis/AzeméisTV/FM promoveu um debate entre comerciantes da cidade para perceber de que forma é que o Natal tem atraído mais pessoas ao centro da cidade e se as dinâmicas criadas pelo município têm sido suficientes, ou, se são precisas mais. No painel participou também a câmara municipal, representada pela vereadora Ana Filipa Oliveira, e a Associação Comercial dos Concelhos de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra, representada pelo seu presidente, Manuel Tavares.
Descentralizar do Parque de La Salette. “O Natal sempre foi feito aqui em baixo, sempre nas ruas, junto do comércio, no centro da Oliveira de Azeméis. O Parque de La Salette, sem dúvida, que é lindíssimo, mas, acho que esta quadra natalícia, em que todos os comerciantes aproveitam para fazer um bocadinho mais com o seu negócio e o facto de a maior parte das diversões para as crianças estarem na La Salette, prejudica-nos. Sem dúvida que é muito lindo, mas nós comerciantes entendemos que deveria de algo vir cá para baixo, para envolver aqui as pessoas, estando pessoas no centro, o nosso comércio revitaliza.”
Rosa Sacramento, Confeitaria Ideal
Necessidade de mais investimento em publicidade. “Até há pouco tempo, nós estávamos em Santo António [zona da cidade]. Só mudamos recentemente agora para a Avenida Aníbal Beleza há cerca de um mês e meio. Em Santo António, sim, sentíamos que estávamos mais deslocados, ou seja, sentíamos falta, tanto na Noite Branca como em outras festas. Eu confesso que, na minha opinião, pelo que eu tenho visto em geral, é óbvio que eu não estou numa rua pedonal, não estou no centro, mas o que eu sempre senti foi que [a câmara] ao longo dos anos tem sempre investido mais em Oliveira de Azeméis, seja nas luzes, ou, no Parque de La Salette. É claro que se pode fazer mais, acho que sim, há sempre mais por fazer, a ideia todos os anos é crescer, mais enfeites, mais animação, mas eu acho que neste momento, sinceramente, eu gosto de ver Oliveira de Azeméis. (…). O que falta é um pouco mais de investimento na publicidade, porque enquanto outras cidades publicitam muito, seja a nível de redes sociais e outros canais. Oliveira de Azeméis, falta um bocadinho mais de investimento nesse aspeto.”
Márcia Rodrigues, Opticalia
“Temos de ser bairristas”. “Tenho que agradecer muito às entidades que estão este ano a cuidar deste movimento, porque eu acho que a cidade está muito mais bonita, tem muito mais coisas que convidam as pessoas a virem à cidade, está mais dinamizada e eu estou muito mais feliz. (…). Eu senti que os elementos da câmara nos ouviram (…). Vejo gente na rua, vejo pessoas, eu saio da minha boutique, faço os lives à noite e vejo pessoas a tirar fotografias no túnel [de luzes], vejo pessoas de outras cidades a vir tirar fotos. (…). Mas estou de acordo com a Márcia, nós tínhamos que ter outro tipo de publicidade. A nossa população está mais envelhecida, portanto, nós temos que chegar a essas pessoas, que são as pessoas que não desistem da cidade. No meu caso, a mulher a partir dos 50 anos, muitas dessas mulheres precisavam de receber, como se recebia há uns anos, a publicidade junto com a nossa água. Chegar a publicidade a casa das pessoas é uma forma de chegarmos a quem lê os panfletos, porque muitas pessoas dessa idade são os nossos consumidores. (…). Os oliveirenses também têm que ser muito bairristas e fazermos tudo pela nossa cidade. Nós temos que comprar na nossa cidade, porque só assim os negócios crescem e só assim criamos emprego também na nossa cidade.”
Susana Marques, Casa Caracas
“O comércio precisa de dar as mãos”. “Não tenho nada contra a La Salette, mas devia ter uma grande percentagem, daquela animação aqui. Porquê? Porque o comércio precisa de vender, o comércio precisa de dinâmicas. [Mas] os comerciantes também devem participar. Nós temos neste momento a decorrer o concurso de montras, de tantos comércios que há em Oliveira de Azeméis, só 35 é que participam. Portanto, temos montras maravilhosas, só quem não vai às redes sociais é que não vê o desenrolar das pontuações e dos gostos que estão a dar às publicações, (…), mas precisa também de colaboração dos comerciantes. Os comerciantes têm de dar as mãos, participarem nas iniciativas, nas senhas, no concurso de montras, porquê? Porque se forem ao Correio de Azeméis, vão ver todas as fotografias, a entrar nas casas onde chega o jornal e aquelas pessoas que compram nas bancas, está lá as montras e os participantes, ou seja, esses comerciantes aderentes têm uma publicidade gratuita. Ao participar está a entrar na casa das pessoas e até além-fronteiras os nossos emigrantes (…). O comércio precisa de dinâmicas, e depois bate-se à porta [para criar essas dinâmicas] e não querem participar.”
Manuel Tavares, presidente da Associação Comercial dos Concelhos de Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra
A estratégia da câmara municipal para o Natal. “Nós para trazermos gente a um território temos que afirmar o território, se não afirmarmos as pessoas também não falam dele. Portanto, a estratégia foi realmente criar um cantinho amoroso como é o nosso Parque La Salette, afirmando o Natal em Oliveira de Azeméis, e a partir daí começar a fazer esse caminho. O Parque Natal só por si já está consolidado, claro que todos os anos acrescenta melhorias. Este ano já melhoramos também a iluminação da cidade, já melhoramos a dinâmica na cidade, mas queremos fazer sempre mais e melhor. Qual é que tem sido o grande contributo? Falar com os comerciantes. Há cerca de umas semanas, tivemos uma reunião também muito importante para ouvir os comerciantes, fazer sempre este trabalho em conjunto, porque eu acho que só assim é que nós realmente conseguimos tirar algumas ilações e conseguimos dar o melhor de nós, da nossa cidade, a quem nos visita.”
A evolução do Natal na cidade. “Nós este ano fizemos um acrescente, uma novidade, que foi a árvore de 40 metros na Praça da Cidade, portanto, já trouxemos uma dinâmica que não existia no passado. Claro que olhando para aquilo que nós temos agora e pensando num próximo Natal, porque este ano as coisas já acabam por estar contratadas e desenhadas, claro que falta o falávamos como o crepe, o chocolate quente, as barraquinhas, isso tudo será melhorado num próximo ano. Isto tem que ser passo a passo, ouvindo também a opinião das pessoas e quem nos visita, para depois podermos acrescentar. Eu acho que é possível trazer um bocadinho do Parque de La Salette para a cidade, mas as coisas têm que ser feitas com peso e medida, para que depois no final se possa espremer algum sumo, porque às vezes nós queremos tudo e nesse tudo não temos nada.”
A melhoria da comunicação e fazer chegar a mensagem às freguesias. “Claro que é possível fazer melhor e neste caso a nível de comunicação, é possível sim. Eu moro a 11 km do centro da cidade, nós para atravessarmos o nosso território demoramos uma hora, de Vilarinho de Cesar a Vilarinho de São Luís. Portanto é um território muito dispare. Tentamos chegar a todas as pessoas, nomeadamente através do Correio de Azeméis, que chega a muitas casas. Agora, se podemos melhorar a nossa comunicação, poderemos e devemos. A estratégia que a Susana estava a falar da carta do lixo, ou, da água, é uma forma de colocar uma mensagem simbólica e as pessoas até se questionarem o que é que é o ‘Natal Comercial’ e vêm ao centro da cidade. Mas é um trabalho que temos que ir fazendo gradualmente, porque realmente temos várias gerações.”
Ana Filipa Oliveira, vereadora da câmara municipal